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Nem Nextel e muito menos Oi: longe das repetidas bravatas de seus dirigentes, os planos de aquisição da Telecom Italia no Brasil apontam em uma direção mais modesta. A TIM está em negociações para a compra da Cemig Telecom, o braço de telecomunicações da estatal mineira. Estima-se que a operação possa atingir cerca de R$ 300 milhões – um prêmio de 50% sobre o valor patrimonial da empresa.
Os italianos enxergam na aquisição a oportunidade de ampliar sua presença no segmento de transmissão de dados, notadamente para o mercado corporativo. Miram também na carteira de contratos da Cemig Telecom com o setor público, responsável por 25% do faturamento total da empresa – R$ 102 milhões no ano passado. No entanto, o ativo mais cobiçado da estatal é a sua infraestrutura. São nove mil quilômetros de cabos ópticos espalhadas por 70 municípios de Minas Gerais, além de quatro outros estados: Bahia, Pernambuco, Ceará e Goiás. E o que é melhor: tudo já devidamente amortizado.
A eventual aquisição da Cemig Telecom teria o condão de dar uma sacudidela na operação da TIM Brasil e, em especial, na gestão de Stefano De Angelis. Um ano após assumir a presidência da empresa, o executivo italiano ainda não entregou a seus compatriotas os tão esperados sinais de recuperação da operadora. Em 2016, a receita caiu 9% e o Ebitda, 21%. É bem verdade que De Angelis pegou pela proa a maior recessão da história do país. No entanto, a Vivo joga no mesmo gramado, enfrenta as mesmas condições adversas e, ainda assim, conseguiu ampliar ainda mais a distância para a TIM no topo do ranking da telefonia celular. Na administração De Angelis,a diferença de market share entre as duas operadoras aumentou de 2,73 pontos percentuais para 5,25 pontos percentuais.
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