Tag: Eternit

Empresa

Quando a recuperação judicial da Eternit vai terminar?

3/04/2024
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A pergunta acima tem sido repetida pelos próprios fundos minoritários da Eternit. Os acionistas estão com uma pulga atrás da orelha por conta da penumbra que cerca o fim da recuperação judicial da companhia. Em conversas reservadas com os investidores, os executivos da companhia previam o encerramento do processo até dezembro do ano passado. Não aconteceu. Posteriormente, a estimativa passou para março deste ano. De novo, nada ocorreu. Agora, os dirigentes da Eternit falam que o ponto final será “em breve”. Lembrando que já faz quase seis meses que a empresa pediu o encerramento da RJ à 2ª. Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central da Comarca de São Paulo/SP.

#Eternit

Empresa

Eternit acerta os ponteiros com credores trabalhistas

10/11/2023
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A direção da Eternit conta os dias para o encerramento da recuperação judicial. Os credores trabalhistas já deram aval à proposta apresentada pela empresa na semana passada com alterações no formato de pagamento da dívida. Funcionários e ex-funcionários da empresa concordaram também em esperar pela venda de ativos da companhia para a quitação dos débitos. Em parte, porque receberam a garantia de que poderão converter os passivos em ações caso a Eternit não levante os recursos necessários; mas também porque não tinham muito para onde correr.

#Eternit

Empresa

Eternit traça seu primeiro passo pós-recuperação judicial

25/10/2023
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A iminente saída da recuperação judicial é determinante para a Eternit destravar um importante projeto: uma nova ampliação da sua fábrica de polipropileno em Manaus. A empresa já fez sondagens ao Banco do Nordeste em busca de um novo empréstimo. O Basa foi o principal financiador da construção do complexo industrial e é um dos maiores credores da companhia, com R$ 33 milhões a receber. O polipropileno é o substituto da crisotila, proveniente do amianto, insumo banido por decisão do STF. Nesse quesito, a briga da Eternit é outra: manter a produção da sua jazida de amianto em Goiás de olho na receita com exportações. A operação na mina já foi paralisada algumas vezes por decisão judicial. Consultada, a Eternit não se pronunciou.

#Banco do Nordeste #Eternit

Empresa

Parisotto vence queda de braço pelo comando da Eternit

15/09/2023
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A recente mudança no comando da Eternit é mais um capítulo na disputa por maior poder na gestão entre dois dos grandes investidores ativistas do país, Lírio Parisotto e Luiz Barsi – donos, respectivamente, de 8% e 5,6% da empresa. Na companhia, a nomeação do então conselheiro Paulo Andrade para o cargo de CEO é tida como uma vitória de Parisotto. O investidor teria trabalhado nos bastidores para a substituição de Luis Augusto Barbosa.

Passa, assim, a ter uma influência maior sobre a gestão executiva em um momento fulcral para a fabricante de telhas. A missão de Andrade é encerrar o processo de recuperação judicial da Eternit. Esta, por sinal, é uma história encruada. A empresa afirma ter quitado todas as suas dívidas e, há pelo menos um ano, diz estar prestes a sair da RJ.

Mas nada da 2ª. Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo encerrar o processo. O RR fez contato com Parisotto e Barsi, mas não teve retorno até o fechamento desta matéria. A Eternit também não se manifestou.

#Eternit

Empresa

Eternit tenta tapar as goteiras no seu plano de recuperação judicial

15/08/2023
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A direção da Eternit estaria trabalhando em um novo plano a ser apresentado aos credores, com mudanças relacionadas a prazos e condições de pagamento dos passivos, sobretudo financeiros. É mais um movimento da fabricante de telhas com o objetivo de encerrar sua recuperação judicial, que se arrasta desde 2017. A queda da demanda por material de construção e o consequente declínio dos resultados da empresa têm sido entraves ao cumprimento de todos os termos do plano original. Some-se a isso as incertezas trazidas pelo vai-e-vem da legalidade ou não da extração de amianto. A Eternit tem se amparado em uma lei de Goiás para manter a produção do mineral no estado, todo ele voltado à exportação – ver RR.

#Eternit

Justiça

MPF quer suspender extração de amianto em mineradora da Eternit

1/06/2023
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O Ministério Público Federal voltou à carga contra a Sama, mineradora controlada pela Eternit. Segundo o RR apurou, o MPF se movimenta para pedir ao STF a suspensão das atividades da empresa, responsável pela exploração de uma mina de amianto crisotila em Minaçu (GO). Ao menos até que o próprio Supremo julgue a ação direta de inconstitucionalidade da lei nº 20.514/19, do estado de Goiás. A legislação estadual permite a exportação do amianto. A Sama vem se aparando nessa lei para manter a extração do mineral, com o argumento de que toda a produção se destina ao mercado externo. Trata-se de uma forma de “reinterpretar”, ao seu modo e conveniência, uma decisão de 2017 do STF, que proibiu a exploração, industrialização, a comercialização e distribuição do amianto crisotila no país, devido aos estudos que atestam o efeito cancerígeno do produto.  Procurada pelo RR, a Eternit não se manifestou.  

Nos últimos anos, a Sama vive um zigue-zague jurídico. Em novembro do ano passado, por exemplo, o STJ determinou a interrupção das atividades de extração em Minaçu. Dois meses, o Supremo derrubou a decisão. Esse vai e vem é um fator de instabilidade para a Eternit. Em recuperação judicial desde 2017, a companhia tem na Sama uma importante geradora de receita. A mineradora responde por aproximadamente um quinto do faturamento total do grupo. Mesmo com as suspensões temporárias da produção, a Sama exportou no ano passado cerca de 194 mil toneladas de amianto crisotila, 21% a mais do que em 2021.  

#Eternit #Ministério Público Federal

Negócios

Amianto não tem vez no STF. Pior para a Eternit

16/11/2022
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Má notícia para a Eternit e outras empresas do setor. Segundo uma fonte do próprio STF, a tendência é que a Corte mantenha a proibição para a extração e uso de amianto crisotila, considerado um produto cancerígeno. O tema é objeto de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), nº 3356, em julgamento na Suprema Corte. Nos últimos anos, a Eternit vem substituindo o uso do mineral por outras matérias-primas. No entanto, o produto ainda tem uma participação relevante na sua receita por meio da Sama, sua controlada. A mineradora explora uma jazida de amianto em Minaçu (GO). A produção é toda exportada e responde por quase 30% da receita da Eternit.  

A operação tem vivido ziguezagues judiciais. No ano passado, por exemplo, a Justiça Federal de Goiás chegou a determinar a suspensão das atividades. Em tempo: o mercado parece já estar precificando uma eventual decisão contrária do STF na ADI 3356. Em um mês, a ação da Eternit acumula uma queda de 10%

#Eternit #STF

Em cima do telhado

30/06/2022
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Uma grande corretora de valores tem vendido seguidos lotes de ações da Eternit, pressionando ainda mais o preço do papel. Nos últimos 30 dias, o valor de mercado da companhia caiu 25%. No mercado, o movimento é visto como um sinal de que a saída da Eternit da recuperação judicial pode demorar mais do que o esperado.

#Eternit

Uma dupla elétrica na Eletrobras

28/06/2022
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A indicação do advogado Marcelo Gasparino para o Conselho da Eletrobras é um indicativo da nova – ou velha – composição de forças na companhia após a privatização. A presença de Gasparino na chapa leva a assinatura conjunta do investidor Lírio Parisotto e do banqueiro Juca Abdalla, do Banco Clássico, dois dos mais antigos acionistas da empresa. Parisotto e Abdalla mantêm, há anos, uma espécie de “coalizão” societária na companhia, votando sempre de forma uníssona no Conselho. Gasparino é homem de confiança de Parisotto. Entre outras missões, é a voz do investidor no Conselho da Eternit, onde ocupa o cargo de chairman. Ressalte-se que Marcelo Gasparino também coabita o board da Petrobras ao lado do próprio Juca Abdalla. Na prática, é como se Parisotto estivesse sentado na cadeira, votando junto com o dono do Banco Clássico.

#Banco Clássico #Eletrobras #Eternit #Marcelo Gasparino

Contagem regressiva

10/01/2022
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A direção da Eternit trabalha com um novo deadline para a empresa sair da recuperação judicial: abril. A meta anterior, dezembro de 2021, foi para o espaço por conta das condições adversas do mercado. Também contribuiu a suspensão momentânea das atividades da Sama no ano passado. A produtora de amianto crisotila, controlada pela Eternit, vive aos trancos e barrancos com o Ministério Público por conta das restrições ao mineral.

#Eternit

Disputa no amianto

5/11/2021
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O Ministério Público Federal deverá recorrer ao Supremo contra a recente decisão do STJ de permitir a retomada da produção da mineradora Sama, leia-se Eternit, que atua na extração de amianto crisotila. O MPF aponta a inexistência de “limites seguros” para a exposição de trabalhadores e moradores da região ao mineral. Ressalte-se que o STF baniu o uso do amianto no Brasil. No entanto, a Eternit alega que toda a produção da Sama, na reserva de Minuaçu (GO), é destinada à exportação. Consultado, o MPF informou que “a Procuradoria Geral da República não adianta posicionamentos”. A Eternit não quis se pronunciar.

#Eternit #Ministério Público Federal

Mudança de forças na Eternit

14/06/2021
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A decisão do investidor ativista Luis Barsi de reduzir sua participação na Eternit deve provocar um rebalanceamento do poder dentro da companhia. Quem mais se fortalece é o presidente do Conselho de Administração, Marcelo Gasparino, indicado pelo investidor Lírio Parisotto. Um dos maiores acionistas da fabricante de telhas, Parisotto é o antípoda de Barsi- ambos têm um longo histórico de desentendimentos dentro da empresa. Na contramão, quem perde peso é o conselheiro Marcelo Auricchio, indicado por Barsi para o cargo.

#Eternit

Sinal de alento

3/03/2021
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Segundo fonte próxima à empresa, a Eternit trabalha com a hipótese de encerrar sua recuperação judicial até agosto, quatro meses antes do previsto.

Os R$ 102 milhões arrecadados com a venda da Companhia Sulamericana de Cerâmica não vão nem esquentar no caixa da Eternit. O dinheiro será integralmente usado para o pagamento de credores.

#Eternit

Fim de linha

31/08/2020
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A Eternit procura um comprador para a Companhia Sulamericana de Cerâmica. O que já estava ruim degringolou de vez com a pandemia. Em recuperação judicial, a fabricante de cerâmicas paralisou a produção e demitiu boa parte de seus funcionários. Para não falar das perdas da Eternit com a proibição ao amianto.

#Eternit

MPF avança sobre Saint Gobain e Eternit

1/07/2020
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O MPF está montando uma “força-tarefa do amianto” – liderada pelo procurador-chefe do órgão em Brasília, Ubiratan Cazetta, e pelo procurador da República Roberto Vieira. O grupo vai apurar se a Saint-Gobain e a Sama Mineração, leia-se Eternit, estão cumprindo a condenação que sofreram em 2018. Há denúncias de que ambas vêm descumprindo termos da sentença proferida pelo juiz federal João Batista Junior.

Além de uma multa de R$ 31,4 milhões, Saint-Gobain e Sama foram obrigadas a reparar danos ambientais nos arredores da mina de amianto de Bom Jesus da Serra (BA). Procurada, a Saint Gobain informou que “não comenta processos judiciais em andamento”. A Sama, por sua vez, não se pronunciou. O pano de fundo é o imbroglio em torno do uso do mineral na produção de telhas e caixas d ´água no Brasil.

O STF baniu o amianto por conta de seus efeitos cancerígenos. A Saint Gobain abandonou a utilização da matéria-prima, embora ainda pague pelo passado. Já a Sama retomou a extração na mina de amianto de Minuaçu (GO), com base em lei estadual que confronta a decisão da Suprema Corte.

#Eternit #Saint-Gobain

O emprego ou a saúde?

22/03/2019
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Aos olhos dos ministros do STF, a Eternit estaria por trás dos seguidos recursos impetrados por entidades sindicais do setor de mineração no intuito de impedir a imediata proibição do amianto no Brasil. Para todos os efeitos, os trabalhadores, justamente os mais expostos aos riscos cancerígenos da matéria-prima, pedem que a suspensão seja aplicada de forma gradativa para impedir um onda de desemprego no setor. Não obstante o inegável impacto social e econômico da proibição, a Eternit sofrerá um duro golpe caso a decisão do STF seja mantida. A companhia terá de encerrar as atividades da mineradora Sama, sua controlada, e praticamente repensar toda a sua operação, baseada no amianto. Procurada pelo RR, a Eternit nega qualquer articulação com os sindicatos e afirma que “tais entidades tomaram as medidas cabíveis de forma independente”.

#Eternit #STF

Plano B da Eternit

18/10/2018
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A Eternit busca um sócio para a Companhia Sulamericana de Cerâmica (CSC), sua controlada. O fortalecimento financeiro da CSC, com o aumento da sua produção, é uma das grandes apostas do grupo para compensar a proibição do uso do amianto no Brasil. O banimento da matéria-prima está no centro da crise que levou a Eternit à recuperação judicial, com mais de R$ 250 milhões em dívidas.

#Eternit

Eternit sofre com atritos societários

7/06/2018
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A decisão da Eternit de comprar os 40% restantes da Companhia Sulamericana de Cerâmicas (CSC) acirrou a contenda entre os dois mais importantes acionistas da empresa. A medida foi uma vitória de Lírio Parisotto sobre seu antípoda, o também investidor ativista Luiz Barsi Filho. Parisotto tem sido ferrenho defensor da diversificação de negócios da fabricante de telhas. Os choques entre ambos se espraiam pela gestão da companhia: Parisotto estaria pregando mudanças na diretoria, a começar pela substituição do presidente Luis Augusto Barbosa, indicado por Barsi – ver RR de 18 de abril. Enquanto seus acionistas duelam, a Eternit vive delicada situação financeira. A empresa acena aos credores que até meados de julho apresentará seu plano de recuperação judicial

#Eternit

Disputa entre acionistas racha o telhado da Eternit

18/04/2018
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A Eternit tornou-se uma espécie de “Síria corporativa”. As duas “super-potências” que se enfrentam em seu território atendem pelos nomes de Lírio Parisotto e Luiz Barsi Filho – dois dos maiores ativistas do mercado de capitais brasileiro. Os dois acionistas duelam pela primazia na condução do processo de recuperação judicial.

Parisotto estaria trabalhando por mudanças na gestão, notadamente o afastamento do atual presidente, Luis Augusto Barbosa. Seria a, na mesma moeda, pela saída de Nelson Pazikas do comando da Eternit, em abril de 2017. A degola de Pazikas, mais identificado com Parisotto, teria se dado por pressão de Barsi. As divergências se estendem às medidas que serão adotadas no plano de recuperação judicial. Na mão contrária de Parisotto, Luiz Barsi defende uma freada no processo de diversificação da fabricante de telhas e a venda das operações de louças e metais sanitários.

Esse caldeirão societário tem como pano de fundo a maior crise da história da Eternit. Com um passivo de R$ 230 milhões, a empresa precisa converter todas as suas fábricas de telhas de amianto, proibido pelo STF. Tem ainda uma espada sobre sua cabeça. Foi condenada, em primeira instância, a pagar R$ 500 milhões de indenização a trabalhadores da mina de São Félix (BA) e a moradores da região pela exposição ao amianto, de efeito cancerígeno.

Procurada, a Eternit confirmou que a conversão de suas fábricas será concluída até dezembro. Sobre a venda de ativos, informou que “redirecionará o seu portfólio de produtos e negócios”. Perguntada sobre desentendimentos entre acionistas e mudanças na gestão, não quis se manifestar. Também consultados, por meio da assessoria da Eternit, Luiz Barsi e Lírio Parisotto não se pronunciaram.

#Eternit #STF

A bipolaridade da Eternit

23/03/2018
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A Eternit, que entrou com pedido de recuperação judicial, tem sido um ativo bipolar no portfólio de dois dos maiores investidores da bolsa brasileira, Luiz Barsi Filho e Lírio Parisotto, donos de quase 20% da empresa. Por um lado, a dupla perdeu dinheiro, e não foi pouco, com a forte queda do valor de mercado da companhia – quase 80% nos últimos cinco anos. Por outro, fartou-se com a generosa política de distribuição de dividendos da Eternit mesmo quando o seu telhado de amianto já derretia. Em 2013, a empresa chegou a distribuir 70% dos lucros. Nos anos anteriores, pagou até seis vezes mais do que a média das companhias abertas brasileiras. Deu no que deu…

#Eternit

Eternit reconhece os males do amianto a sua própria saúde

13/10/2017
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A recente decisão do STF – com a declaração de inconstitucionalidade do artigo 2 da Lei Federal no 9.055, que regulamenta o uso do amianto no Brasil – foi recebida pela Eternit como o tiro de misericórdia em seu modelo de negócio. Segundo o RR apurou, a companhia deverá acelerar o processo de conversão de suas fábricas, com a substituição da matéria-prima mineral por fibras sintéticas. De acordo com informações filtradas da própria Eternit, o Conselho de Administração discute, inclusive, a possibilidade de um aumento de capital, que permitiria à companhia retomar sua capacidade de investimento em 2018 – o capex tem sido reduzido seguidamente nos últimos anos (em 2017, o corte chegou a 58%).

Estima-se que seja necessário algo em torno de R$ 150 milhões para a adequação de todas as plantas da empresa. A meta é concluir este processo até 2021. Não por coincidência, esta seria a data prevista para a Sama, mineradora controlada pela Eternit, fazer a última entrega de amianto a outros fabricantes de telhas nacionais. A partir daí, a companhia deverá se concentrar nas exportações para países que ainda utilizam o amianto. Paralelamente, o Supremo declarou constitucional a Lei no 12.687/2007, que proíbe o uso do amianto em São Paulo.

Segundo o RR apurou, a área jurídica da Eternit considera que é apenas questão de tempo para que o mesmo entendimento se estenda a outros estados. Há cerca de um mês, antes da decisão da STF, o Ministério Público do Rio de Janeiro ajuizou ação pedindo o banimento da venda de produtos a base de amianto, considerado cancerígeno, entre outros danos à saúde. Na Bahia, a solicitação à Justiça no mesmo sentido veio do Ministério Público do Trabalho. Estados como Pernambuco, Mato Grosso e Rio Grande do Sul já proibiram a fabricação e comercialização de telhas, caixas d ´água e outros produtos feitos do mineral. O risco e a conta estão cada vez mais altos para a empresa.

Em agosto, a Eternit foi condenada em primeira instância a pagar R$ 500 milhões em indenização por danos morais coletivos a trabalhadores da mina de São Félix, pertencente à Sama. À medida que o cerco jurídico se fecha, a Eternit perde fôlego. Nos últimos quatro anos, seu valor de mercado caiu a um terço. A receita recua ano após ano. No meio desse turbilhão, a companhia ainda tem de se equilibrar entre suas tormentas societárias, protagonizadas por dois dos maiores investidores ativistas do mercado de capitais brasileiro – Luiz Barsi e Lírio Parisotto. Ambos esgrimem seus florestes em busca de maior espaço e influência na gestão da empresa. Consta que a recente troca do comando, com a saída de Nelson Pazikas da presidência, em abril, teria se dado por pressão de Barsi.

#Eternit #STF

Goteira no telhado

3/01/2017
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Só mesmo uma ginástica contábil impedirá a Eternit de fechar o balanço de 2016 com o primeiro prejuízo anual em mais de duas décadas. A retração no setor de construção civil e a cruzada contra o amianto, matéria-prima das telhas e demais produtos da companhia, formaram uma combinação incineradora.

#Eternit

Innova vira a página da Petrobras

20/09/2016
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 Após uma intensa exposição no noticiário policial – por conta das acusações de agressão à ex-namorada Luíza Brunet –, Lírio Parisotto quer retornar às páginas de economia. O bilhete de volta será o anúncio em sequência de novos projetos de expansão da Innova, comprada junto à Petrobras em 2014. A petroquímica iniciou entendimentos com o governo gaúcho para a ampliação da fábrica de monômero de estireno localizada no polo de Triunfo. Vai também tirar do papel o projeto de conversão da unidade de poliestireno cristal em uma planta de ABS, matéria-prima destina às indústrias de plásticos e de eletroeletrônicos, entre outras.  Os investimentos somarão cerca de R$ 500 milhões. Nos dois casos, a Innova espera contar com financiamento público por meio do Fundo Operação Empresa do Estado (Fundopem), que prevê regras especiais para o diferimento do ICMS. Aliás, o que não falta entre Parisotto e o governador gaúcho José Ivo Sartori é uma boa química. Ambos são amigos de infância.  Mais conhecido pelas brigas societárias que costuma comprar vestindo o figurino de investidor ativista – entre outros exemplos, assim foi na Usiminas e na Eternit – Parisotto tem sido forçado a abrir o caixa para tirar o atraso de investimentos da Innova. Nos últimos anos sob a gestão da Petrobras, os aportes secaram. No total, o plano estratégico de Parisotto para a empresa soma R$ 1,2 bilhão. • As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Innova.

#ABS #Eternit #Fundopem #Innova #José Ivo Sartori #Lírio Parisotto #Petrobras #Usiminas

Briga societária racha ao meio o telhado da Eternit

2/03/2016
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  A Eternit é um ringue societário onde dois dos mais agressivos investidores ativistas do mercado de capitais brasileiros travam um vale-tudo particular. O próximo card do duelo entre Lírio Parisotto e Luiz Barsi Filho deverá ocorrer no dia 26 de abril, data prevista para a assembleia de acionistas que elegerá o novo conselho de administração da Eternit. Segundo fonte ligada à própria empresa, Barsi estaria se articulando com outros minoritários na tentativa de assegurar uma cadeira a mais no Conselho. Os golpes miram a própria gestão executiva da Eternit. De acordo com a mesma fonte, seu objetivo maior seria o afastamento do atual presidente da companhia, Nelson Pazikas, que tem o discreto, mas decisivo apoio de Parisotto, detentor de 13,8% da fabricante de telhas e caixas d´água. Desta forma, Barsi, dono de 13,7% do capital, daria o troco à derrota que sofreu há dois anos, quando não se elegeu para o board da Eternit. Voltou em 2015, mas nunca esqueceu os jabs e cruzados do desafeto para jogá-lo fora das cordas. Na época, Parisotto teria alugado ações em mercado para garantir mais votos e brecar a ascensão de Barsi na companhia.  O pano de fundo para o duelo é a condução estratégia da Eternit. Valendo-se do controle pulverizado da empresa, Parisotto se uniu a outros minoritários, ganhou espaço e impôs um processo de diversificação dos negócios da companhia, com investimentos na produção de loucas e metais sanitários. Barsi não é exatamente contra a guinada, até porque seria um tiro no próprio pé, uma vez que o futuro da Eternit, já está provado, não cabe em uma caixa d´água de amianto. Contudo, segundo a fonte do RR, o investidor e seus aliados alegam que a diversificação da empresa resultou em uma disparada dos custos operacionais, redução das margens e queda da rentabilidade. Entre janeiro e setembro de 2015, o lucro caiu 30% em relação ao mesmo período no ano anterior.  Tudo o que a Eternit menos precisava neste momento é de uma disputa de poder entre seus dois maiores acionistas. Encapsulada em seu inferno de amianto, a companhia enfrenta ataques de todos os lados: da Justiça, da comunidade médica, de ex-funcionários e da própria mídia. Mais dia menos dia, terá de buscar uma alternativa a sua matéria-prima, produto com efeitos cancerígenos que vem sendo banido em diversos países. Procurada pelo RR, a Eternit não comentou o assunto.

#Eternit

Justiça do Trabalho pisa no telhado de vidro da Eternit

10/04/2015
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Qual é a principal expertise da Eternit: fabricar telhas ou produzir enfermidades em série? A já desgastada imagem institucional da companhia e – por que não? – o próprio futuro do negócio dependem desta resposta. E ela virá, muito provavelmente pela voz dos tribunais. A Eternit é alvo de uma pesada ação movida pelo Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro (MPT-RJ), que pode custar a  empresa cerca de R$ 1 bilhão – isso para não falar das perdas intangíveis. O valor refere-se ao pedido de indenização por danos morais coletivos que os procuradores Janine Fiorot, Luciano Lima Leivas, Márcia Cristina Kamei Lopez Aliaga e Philippe Gomes Jardim encaminharam a  Justiça. O processo decorre de inquérito aberto em 2008. O MPT-RJ constatou uma série de irregularidades na fábrica da Eternit no bairro carioca de Guadalupe, com graves riscos a  segurança e a  saúde dos operários. De acordo com o Ministério Público do Trabalho, no dia 12 de março houve uma audiência em que a Eternit contestou a ação. A partir dessa data, o MPT-RJ terá 60 dias para se manifestar. Será marcada uma nova audiência antes de a ação ir a julgamento, o que poderá ocorrer ainda neste ano. Os procuradores tratam o caso como de altíssima prioridade, em razão do impacto que ele poderá ter não apenas sobre a Eternit, mas sobre a contestada indústria do amianto como um todo. De acordo com o MPTRJ, há sérias falhas de segurança na fábrica da Eternit. Segundo laudos técnicos encaminhados a  Justiça do Trabalho, a companhia mantém máquinas e equipamentos mal conservados, com vários pontos de vazamento de pó de amianto. O produto é considerado altamente tóxico. O contato recorrente com o amianto pode provocar doenças com alto índice de letalidade, notadamente o mesotelioma e a asbestose, dois tipos de câncer. Além disso, o MPT-RJ constatou que a empresa omitia das autoridades dados sobre a saúde de seus trabalhadores. Há casos de acidentes e licenças médicas que só teriam sido comunicados duas décadas depois. Ao que tudo indica, a Eternit parece seguir a máxima de Rubens Ricúpero, que, a  frente do Ministério da Fazenda, foi flagrado por indiscretos microfones proferindo a célebre frase “O que é bom a gente revela, o que é ruim a gente esconde”. Por si só, o montante da indenização já é motivo de apreensão para os dirigentes da Eternit: a cifra de R$ 1 bilhão equivale a um ano de faturamento da companhia. Contudo, para o alto-comando da fabricante de telhas, tão ou mais preocupante do que o valor da multa é o potencial efeito-avalanche do processo. Um julgamento favorável aos trabalhadores será um convite para que operários das outras três fábricas da Eternit no país façam denúncias similares. Além disso, o veredito poderá alimentar ainda mais o debate em torno do uso do amianto. Ressalte-se que, nesta semana, o TJ-RJ confirmou a proibição para a fabricação e venda de produtos a base da fibra mineral no estado.

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