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O RR apurou que o Grupo Pão de Açúcar (GPA) vai vender o restante da sua participação na rede de supermercados colombiana Almacenes Éxito. No início do ano, o GPA já havia distribuído entre seus próprios acionistas o equivalente a 83% da empresa. Manteve apenas 13%, que agora também serão colocados sobre o balcão. Levando-se em consideração o valuation que serviu de base para as operações anteriores, essa fatia corresponde a algo em torno de R$ 1,4 bilhão. Mas o que está em jogo vai muito além dessa cifra. O descruzamento entre o GPA e o Éxito reforça a percepção de que o Casino está arrumando sua prateleira de ativos para deixar o Brasil. O grupo tem feito uma sucessão de movimentos societários que apontam para a porta de saída do país. Em novembro do ano passado, vendeu cerca de R$ 3,6 bilhões em ações do Assaí, seu braço atacadista. No último dia 17, amealhou outros R$ 4 bilhões com mais uma oferta de papéis da companhia – operação antecipada com exclusividade pelo RR um mês antes. Ou seja: no intervalo de quatro meses, os franceses reduziram sua posição no Assaí de 40% para somente 11,7%. No varejo já se dá como certo que o Casino venderá o restante das ações em breve – talvez ainda neste semestre -, decretando sua saída em definitivo da rede atacadista. Ficaria faltando apenas um último passo no Brasil: a venda do próprio Pão de Açúcar. Consultado, o Casino não quis se pronunciar.
Hoje parece ser mais fácil vender o Assaí do que o Pão de Açúcar. O que talvez ajude a explicar por que os franceses têm feito seguidas ofertas de ações da rede atacadista, no que parece ser o início de um processo de fade out no Brasil. Hoje, o Assaí é o “primo rico” entre os negócios do Casino no Brasil. Ainda que o resultado tenha sido 25% inferior ao de 2021, a empresa fechou o ano passado com um lucro de R$ 1,2 bilhão. O Ebitda beirou os R$ 4 bilhões, 24,5% a mais do que no ano anterior. Já o Pão de Açúcar tem cumprido o papel de “primo pobre”, ao menos em relação aos resultados mais recentes. No último trimestre de 2022, o GPA reportou um prejuízo de R$ 1,1 bilhão, contra um lucro de R$ 77 milhões em igual período no ano anterior. O número causou perplexidade no mercado, por superar, e muito, as estimativas dos departamentos de research – o BTG, por exemplo, trabalhava com a projeção de um prejuízo na casa dos R$ 110 milhões.
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