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RR Destaques
A decisão pelo corte de 0,25pp e a divisão entre os diretores nomeados por Lula e os que já estavam no BC, antes do atual governo, vai gerar forte ansiedade até a divulgação da Ata da reunião, na próxima terça. Daqui até lá, as especulações serão em torno dos motivos e do grau da divisão.
Se for mostrada convergência de diagnóstico de médio e longo prazos acerca do cenário interno e externo, apesar da discordância, a preocupação com um BC excessivamente tolerante com a inflação, em 2025, não sumirá, mas vai se acomodar. Caso contrário, ela se aprofundará e se tornará parte permanente das análises – e gargalos a serem enfrentados pelo governo no que tange à percepção de mercado.
A Ata também terá influência – mas menor – na convergência acerca dos próximos cortes. Em qualquer cenário, no entanto, pode-se esperar uma heterogeneidade muito maior nas apostas em relação ao tema.
Se nos últimos meses havia certa unanimidade sobre a trajetória pretendida pelo BC e, mesmo antes da última reunião, dois cenários possíveis, essencialmente, daqui para a frente serão vários. Nenhum envolvendo cortes de 0,5pp, é verdade, mas, sim, da continuidade dos cortes em si, já no próximo encontro, passando pela quantidade deles até o final do ano; o piso visado pelo BC e os planos para 2025.
Em outra área, vão começar a crescer – mesmo que com dificuldade de serem vocalizadas na mídia e muito menos no Congresso – as especulações sobre os efeitos fiscais do plano de recuperação do Rio Grande do Sul.
Não apenas pelos valores em si a serem investidos, ou mesmo por serem postos fora da meta, mas pelas mudanças de rumos que podem provocar nas prioridades da Fazenda, como um todo.
Lula já ordenou que Haddad “abra o cofre” e o ministro cumprirá, desde achando recurso para um Auxílio Emergencial como para a dívida do Estado. Em paralelo – e discretamente – o governo pode usar o momento para afinar as relações com o Congresso.
A bem da verdade, todos os movimentos de bastidores indicam que já está fazendo isso, com atuação pessoal de Lula – e novos acordos – junto a Lira, com quem demonstrou, essa semana, propositalmente, uma proximidade inaudita; bem como Pacheco, com quem Haddad acaba de acertar um “meio termo” para as desonerações da folha.
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