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Institucional
O Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF) vai se reunir dentro de instantes para analisar uma reclamação contra o ex-procurador e agora deputado federal Deltan Dallagnol. De acordo com a queixa apresentada pelo subprocurador da República, Mario Luiz Bonsaglia, Dallagnol teria violado normais penais na coordenação da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. A denúncia provoca divisões no Conselho, a começar pela própria competência do órgão em relação ao caso. Aliados de Dallagnol defendem que o CSMPF aprecia apenas casos de caráter administrativo ou disciplinar. E que suas atribuições não alcançam ex-procuradores, como Dallagnol, que pediu exoneração do Ministério Público no ano passado para entrar na política. No entanto, há integrantes do Conselho, a começar pelo próprio Bonsaglia, que entendem exatamente o oposto: o CSMPF teria poderes não apenas para apreciar acusações de ordem criminal como encaminhar denúncia ao STJ mesmo tratando-se de um ex-procurador – a Corte é o foro responsável por julgar supostos crimes atribuídos a membros do Ministério Público da União.
Uma fonte do Conselho Superior disse ao RR que o placar interno é favorável a Deltan Dallagnol e há poucas chances da denúncia contra ele prosperar. A ala pró-Dallagnol atribui a queixa a uma rixa pessoal de Mario Bonsaglia. Pelo sim, pelo não, Dallagnol tem tomado suas precauções. Nos últimos, de acordo com a mesma fonte, enviou a integrantes do CSMPF um relatório defendendo a lisura de seus atos.
Em tempo: além do próprio Deltan Dallagnol, o protagonismo de Mario Bonsaglia também aumenta a dimensão política do enredo. Bonsaglia é tido como um candidato de peso à sucessão de Augusto Aras na Procuradoria Geral da República, em setembro. Na eleição interna de 2021, ele foi o mais votado da listra tríplice, que acabou sendo rasgada por Jair Bolsonaro – procedimento que Lula deverá repetir, conforme suas seguidas declarações.
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