A novela mexicana dos pampas

  • 8/08/2013
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A grande comoção provocada pelo extermínio de gaúchos na alta direção do Grupo RBS – ver RR nº 4.405 – parece, finalmente, estar sensibilizando Nelson Sirotsky e o seu valete travestido de monarca, Eduardo “Duda” Melzer. Não há sinais de remorso, mas, sim, uma pausa estratégica, fria como a lâmina que ceifou a velha e boa gauchice dos cargos de comando do conglomerado sulista. “Gaúcho bom é gaúcho longe da RBS” passou a ser um dos slogans tácitos da dupla renegadora. Mas os ventos do Rio Grande sopram forte, exigindo mais vagar com o andor. A saída de Mariano de Beer da vice-presidência da área de educação é o ponto de inflexão. Beer saiu porque quis. Voltou para Sampa e subiu vários degraus na escala profissional: assumiu a presidência da Microsoft no Brasil. O que chama atenção no episódio, contudo, não é a partida do executivo, mas a acefalia no setor de educação do Grupo. O ambiente está tenso como a corda esticada de um violoncelo. Os Sirotsky não deram ainda sinal se atendem ao clamor da terra e recolocam um gaúcho na função – afinal, tem gente boa naquelas paragens – ou se Duda vai procurar outro franco atirador na Telefônica. A empresa parece ter virado sua pátria, levando-se em consideração o número de profissionais oriundi da operadora que desembarcaram na casa dos Sirotsky. Nos próximos dias, espera-se o término da novela. A não ser que a família engate em um novo enredo. Essa tem sido a sua especialidade. Mas até as paredes da RBS torcem pela nomeação de um conterrâneo e por um “basta” na política do antigauchismo.

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