Não dá para falar em dilema de Tostines, porque a marca é da concorrência. Mas a Marilan, terceira maior fabricante de biscoitos do Brasil, também tem seu próprio enigma: “A família Garla deixou de vender a empresa para investir no negócio ou está investindo no negócio para vender a empresa?”. A errática trajetória da companhia – que, nos últimos anos, quase foi negociada em duas ocasiões, uma para a Pepsico e outra para a Bunge – põe em xeque as reais intenções de seus acionistas controladores. Por ora, a Marilan parece estar longe do balcão, muito embora a decisão dos Garla de abrir o bolso e investir na expansão da companhia possa suscitar segundas intenções. Afinal, quanto valerá a fabricante de biscoitos após os investimentos de R$ 150 milhões em curso na empresa? Os planos da família Garla para os próximos três anos preveem a construção da segunda fábrica da empresa na cidade de Marília (SP), o que permitirá pular de 15 para 25 linhas de produção. A capacidade passará de 120 mil para 200 mil toneladas por ano. Com a expansão, a Marilan deverá romper a barreira de R$ 1 bilhão em faturamento em 2016 ? no ano passado, as vendas ficaram em torno dos R$ 800 milhões. Há estudos também para o lançamento de uma marca premium. Com estes projetos, a Marilan poderá incomodar ainda mais seus competidores. Ou matar a fome de aquisições da concorrência.