A EMS, de Carlos Sanchez, é vista no mercado como forte candidata à compra da Medley. A francesa Sanofi busca um comprador para o laboratório farmacêutico, adquirido junto à família Negrão há 15 anos. Segundo informações filtradas pelo RR, a pedida começou acima de US$ 1 bilhão, mas a multinacional já teria baixado o sarrafo para a casa dos US$ 800 milhões. 

Com faturamento anual próximo dos R$ 2 bilhões, a Medley é um dos maiores fabricantes de medicamentos genéricos do país. Com a aquisição, a EMS ampliaria sua liderança nesse segmento, aumentando a vantagem em relação ao segundo e terceiro colocados do ranking, Eurofarma e Hypera. No que diz respeito ao impacto financeiro, a companhia pularia para R$ 12 bilhões em receita anual.

A números de 2024, o Ebitda da EMS passaria de R$ 3,5 bilhões para algo próximo a R$ 4 bilhões. Carlos Sanchez não esconde de ninguém o apetite para ser um dos principais, senão o principal consolidador da indústria farmacêutica brasileira. Vide a investida sobre a Hypera. No ano passado, a EMS moveu mundos e, sobretudo, fundos para promover uma fusão

com a concorrente.

A ofensiva foi barrada pelo fundador da Hypera, João Alves de Queiroz Filho, o Junior, que aumentou sua participação para blindar a empresa da oferta hostil. Quem conhece Sanchez sabe que ele não desistiu. O empresário mantém uma posição em torno de 8% no capital da Hypera. Hoje, no entanto, está impedido de exercer seus direitos políticos na companhia por uma medida liminar do Cade, que analisa um ato de concentração de mercado. 

Em contato com RR, a Medley afirmou que “Não comenta especulações do mercado. A Medley, unidade de genéricos da Sanofi, continua totalmente comprometida com sua missão de democratizar o acesso à saúde para os brasileiros, oferecendo medicamentos de alta qualidade e segurança, e todas as operações seguem normalmente.” Já a EMS declarou que “está sempre atenta a movimentos relevantes de mercado. Mas não comenta eventuais negócios”.