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Provocações entre Lula e Javier Milei à parte, os governos do Brasil e da Argentina estão costurando um pacto energético. As moedas de troca já foram colocadas sobre a mesa. Do lado brasileiro, o acordo envolve o aumento da exportação de energia elétrica para o país vizinho.
Em contrapartida, a Argentina ampliaria o volume de gás das reservas de Vaca Muerta disponibilizado para o Brasil. Segundo o RR apurou, na semana passada, durante sua passagem pelo país – onde participou da Rio Oil & Gas, na última quinta-feira -, o secretário de Energia da Argentina, Eduardo Rodriguez Chirillo, teve conversas reservadas com autoridades da área de Minas e Energia. De acordo com uma fonte do Ministério, o Brasil quer garantir a entrega de cinco milhões de metros cúbicos de gás por dia.
Os argentinos, até agora, se comprometem a fornecer quatro milhões de metros cúbicos – mais do que os três milhões inicialmente previstos. As negociações prosseguem e devem, ou melhor, precisam ser concluídas ainda neste ano. As obras de reversão do gasoduto entre Argentina e Bolívia estão praticamente terminadas.
Significa dizer que, já no início de 2025, o gás de Vaca Muerta começará a chegar ao território boliviano, próximo à fronteira com o Mato Grosso do Sul, a partir de onde será enviado para o Brasil por meio do Gasbol.
O timing das negociações em torno do acordo bilateral é favorável ao Brasil. A Argentina vive um momento de fragilidade na área energética – também na área energética -, com um déficit na produção de eletricidade que deve se arrastar até 2026.
A atual licença de operação do reator da usina nuclear Atucha 1 terminará neste ano. As atividades terão de ser paralisadas para uma reforma com duração prevista de 24 meses. Além disso, no último dia 17, a Energía Argentina Sociedade Anonima (Enarsa) rompeu o contrato que matinha com a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Boliviano (YPFB).
Com isto, a Argentina deixará de receber cerca de quatro milhões de metros cúbicos por dia de gás natural – volume que fará falta, ao menos até que a produção nas reservas de Vaca Muerta esteja a plena capacidade. Segundo a fonte do RR, o Brasil deverá despachar para a Argentina, mais precisamente para a estatal Cammesa, energia de térmicas do Nordeste e do Sul – algo que já ocorreu no ano passado. Além disso, o ministro Alexandre Silveira e sua equipe estudam também aumentar o número de empresas de geração autorizadas a vender o insumo ao país vizinho.
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