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Que BR Distribuidora será ofertada ao mercado? A líder absoluta na venda de combustíveis no país, notabilizada por sua portentosa estrutura logística e uma rede com mais de 7,5 mil postos, ou uma empresa em célere processo de erosão, saqueada por seus competidores? Quanto mais o IPO demorar em razão das circunstâncias adversas do mercado, maiores as chances de os investidores se depararem com a segunda opção. A BR encontra-se sob forte ataque da concorrência: alguns dos principais grupos do setor estão se aproveitando do momento de fragilidade da estatal – e, em última instância, de todo o Sistema Petrobras – para arrancar um pedacinho da companhia, avançando sobre seus revendedores. As tentativas de pilhagem do market share da empresa vêm dos mais diversos lados. Rubens Ometto e Shell estão entre os mais agressivos: apenas nos meses de julho e agosto, a Raízen abriu conversações com cerca de 150 proprietários de postos de combustíveis que usam a bandeira da BR. Já a Ale , da Marcelo Alecrim, avança sobre revendedores da estatal em São Paulo, Minas Gerais e Ceará. A expectativa da empresa é fisgar algo perto de 70 estabelecimentos até dezembro. O avanço dos predadores reflete a vulnerabilidade da presa. A BR é hoje um gigante alquebrado, que, assim como todas as subsidiárias da Petrobras, purga os efeitos da Lava Jato e sofre com a asfixia financeira da companhia. É também uma empresa acéfala, sem presidente há mais de um mês. Ou um pouco mais, numa conta rigorosa: antes mesmo de deixar o cargo, o ex-presidente José Lima Neto, citado no “petrolão”, já era um dirigente enfraquecido, pálido, sem voz de comando. Ao mesmo tempo, a BR vive um situação de esgarçamento na relação com seus revendedores. No afã de aumentar sua arrecadação, a estatal vem espremendo os distribuidores com uma política de cobrança de royalties cada vez mais sufocante. A inevitável insatisfação da tropa serve de combustível para o avanço dos concorrentes, que têm oferecido condições vantajosas para comprar o passe destes revendedores e embandeirar os postos com sua logomarca. Para se ter uma ideia do apetite com que a concorrência avança sobre a BR, a possibilidade de abduzir distribuidores da estatal teria sido uma das razões para a Ale suspender o processo de venda do seu controle. Neste momento de notória depreciação dos ativos, o empresário Marcelo Alecrim trocou de lado no balcão, vislumbrando a possibilidade de engordar sua companhia com os postos da BR e, posteriormente, retornar para a vitrine com um melhor valuation. Procurada pelo RR, a Ale disse que está investindo R$ 133 milhões em 2015 para ampliar sua rede, sem fazer menção específica aos postos da BR.
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