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Plano de saúde da Qualicorp não cobre disputas societárias

  • 26/06/2019
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O empresário José Seripieri Filho, fundador da Qualicorp, está no meio de um tiroteio societário. Segundo informações filtradas da própria CVM, a XP Gestão de Recursos e a norte-americana Wellington Management, minoritárias da operadora de planos de saúde, acionaram a autarquia com o objetivo de anular o acordo formalizado entre a companhia e seu controlador. Em outubro do ano passado, a Qualicorp, ou melhor, Seripieri aprovou o pagamento de R$ 150 milhões para si próprio, mediante o compromisso de manter uma participação de 15% na empresa e não abrir novos negócios no setor até 2026. As gestoras alegam que a transfusão financeira é danosa à Qualicorp e a seus investidores. Afirmam ainda que Seripieri aprovou a medida no Conselho de Administração sem o conhecimento dos minoritários.

A reação da XP e da Wellington Management ganha força no rastro do Processo Administrativo Sancionador (PAS n° 19957.010505/2018-49) aberto pela CVM para investigar a operação. Em abril, o superintendente de relações com empresas da autarquia, Fernando Soares Vieira, apresentou o Termo de Acusação, no qual afirma que o acordo foi lesivo à Qualicorp. Todos os conselheiros, incluindo o próprio Seripieri, são responsabilizados pela operação. Segundo a fonte do RR, a companhia, Seripieri e os conselheiros já se movimentam na tentativa de encerrar o PAS antes do julgamento em definitivo e da pesada punição, tanto pecuniária quanto administrativa, que se anuncia.

A empresa sinalizou à autarquia que vai apresentar um Termo de Compromisso. Procurada, a Qualicorp não quis se manifestar. Consultada sobre o prazo para julgamento do processo e sobre as tratativas para um possível acordo, a CVM não se pronunciou. O órgão regulador disse apenas que “os temas-objeto dos questionamentos estão sendo analisados no âmbito do PAS”. O RR também entrou em contato com o head office da Wellington Management, em Boston: a gestora informou que “não se manifesta sobre empresas nas quais pode investir em nome declientes”.

Já a XP não se pronunciou. Paralelamente ao fogo cruzado na CVM, não se pode perder de vista os recentes movimentos feitos por José Seripieri na Bolsa. Desde o controverso acordo, há oito meses, o empresário vem comprando ações da própria empresa no mercado. Nesse intervalo, aumentou sua participação de 15% para algo em torno de 20%. Ao encher sua cartucheira com ações da Qualicorp, Seripieri estaria tentando ganhar força dentro da própria companhia para os embates com outros investidores – ressalte-se que a empresa tem capital pulverizado. Juntas, XP e Wellington detêm pouco mais de 15%.

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