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Meio que na moita, a Petrobras retomou a contratação de empreiteiras para tocar obras que só faltam gritar por socorro. Por enquanto, a estatal vai mesmo na versão “fusquinha”: construtoras do segundo ou terceiro time chamadas para disputar as licitações. São três as pequerruchas que irão inaugurar a era pós- Lava Jato: Azevedo Travassos, Encalço Engenharia e Bueno Engenharia. Nem todas estas moçoilas são virgens no que se refere a Lava Jato. A Bueno Engenharia foi citada pelo “empresário” Mario Goes, um dos operadores de pagamento de propina a estatal, na nona fase da investigação, chamada de ?My Way?. Pipocou em algumas páginas de jornal, mas livrou-se do alistamento no grupo das 23 empreiteiras sub judice. As três empresas foram convocadas pela Petrobras para disputar a construção do duto de 28 polegadas e 47 quilômetros que vai de Maricá, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, ao Comperj, complexo petroquímico da estatal que se encontra em estado de hibernação. Tudo indica que Aldemir Bendine quer fazer desta volta a s obras um ato político. Só isso explica a convocação a s pressas de empreiteiras acostumadas a assistir ao jogo sentadas no banco de reservas. A Petrobras marcou a abertura do envelope para o dia 24 de abril. Só que a obra está prevista para 2016. Com um pouquinho de boa vontade, a estatal poderia esperar que alguns dos titulares se redimissem nos próximos meses, de forma a contar com a participação de algumas das maiores indústrias da construção pesada. Nada contra trazer os peso-penas. Mas o certame de obras da Petrobras não é bem o espaço apropriado para a prática de justiça social ou democratização da concorrência. E qual das convidadas vai dar um preço firme? A carta convite, aliás, continua sendo a gazua para o ingresso na Petrobras, onde não se pratica a boa e velha licitação. Desde a gestão Fernando Henrique Cardoso, a estatal está livre das amarras da Lei n° 8.666. FHC brindou-a com o expediente da escolha seleta, ou seja, ela chama quem quer para participar da concorrência pelas suas obras. Foi justamente esse sistema que acordou o Cade – o órgão antitruste identificou no expediente um convite a formação de cartel. Realmente, não há motivo no universo que impeça a combinação de preços entre os disputantes. Mas até essa questão, no momento, é menor. O importante é que a Petrobras e o país possam contar com os préstimos da elite empresarial do setor. Já demorou demais.
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