Cemig caminha para o menor investimento em uma década

  • 21/05/2015
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O ajuste fiscal chegou com toda a força na Cemig. O presidente da companhia, Mauro Borges, está debruçado sobre um rigoroso plano de cortes, que atingirá não apenas as despesas operacionais, mas, sobretudo, o programa de investimentos e a política de dividendos da estatal. Os números deverão ser fechados nas próximas duas semanas. Mas, segundo informações filtradas junto a  própria Cemig, a redução dos aportes poderá chegar a 60% das cifras originalmente previstas. Significa dizer que os investimentos para este ano cairão de R$ 5 bilhões para algo em torno de R$ 2 bilhões. Trata-se da menor soma em quase uma década. A princípio, apenas a unidade de distribuição escapará ilesa: o desembolso de R$ 1 bilhão está mantido. a€s vésperas da renovação da concessão, que vence em fevereiro de 2016, o corte dos valores representaria um curto circuito do ponto de vista político. A área de geração não terá a mesma sorte. A navalhada será de quase 80%. Além da venda da Brasil PCH, dona de 13 pequenas centrais, a Cemig vai se desfazer de outros ativos no segmento, notadamente usinas hidrelétricas e térmicas. Ressalte-se que a estatal acaba de pagar cerca de R$ 360 milhões para ficar com o controle da Renova, focada em energia eólica. Na unidade de transmissão, mais uma tesourada: a empresa está vendendo participações em negócios tanto no Brasil quanto no Chile. Os sócios da Cemig também terão a sua cota de sacrifício, a começar pelo próprio governo do estado. Assim que chegou a  Cemig, no início do ano, Mauro Borges afirmou que a empresa manteria a média histórica de distribuir 50% do lucro. No entanto, a promessa de Borges não resistiu aos fatos. Bastaram cinco meses para o cenário econômico se agravar, levando a empresa a rever sua política de dividendos. A remuneração aos acionistas ficou próxima dos 25% o mínimo fixado para as empresas do nível 1 do Novo Mercado, caso da estatal mineira. Ressalte-se que os cortes de investimento se dão em um momento bastante delicado para a Cemig. Se, de um lado, a empresa prepara- se para a complexa renovação da sua licença em distribuição, do outro terá sua capacidade de geração consideravelmente reduzida nos próximos meses. Até dezembro, a companhia terá de devolver a concessão de 21 hidrelétricas.

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