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Destaque

David Neeleman é sinônimo de turbulência para a Azul em Portugal

25/01/2024
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Se, no Brasil, as atenções da Azul se voltam para o pacote de ajuda ao setor aéreo que vem sendo preparado pelo governo, do lado de lá do Atlântico há outra questão sensível no radar da companhia. A direção da empresa está apreensiva com a escalada de denúncias contra seu fundador e maior acionista individual, David Neeleman, em Portugal. O desafio é blindar os planos de expansão da companhia no mercado português das acusações que pesam sobre Neeleman, por supostas irregularidades no período em que ele controlou a TAP, de 2015 a 2020.

O timing é delicado. As investigações ganham corpo justamente no momento em que a empresa brasileira tem feito gestões junto a autoridades portuguesas com o objetivo de ampliar suas operações no país. Segundo o RR apurou, a Azul pretende aumentar o número de voos para Lisboa. Outro projeto no horizonte é a retomada da ligação direta entre Campinas e Porto, interrompida em 2020, durante a pandemia.

Portugal, ressalte-se, é uma peça fundamental no mapa de operações internacionais da Azul. Em 2023, o país europeu foi, pelo terceiro ano consecutivo, o destino mais procurado pelos clientes da empresa no exterior. As acusações contra Neeleman, ex-controlador da TAP, vêm ganhando altitude principalmente com a proximidade das eleições legislativas de março, que definirão o substituto do ex-primeiro-ministro António Costa.

O empresário, que já foi alvo até de CPI na Assembleia Nacional, é um valioso “ativo” político para os adversários de Costa. A oposição, notadamente o candidato da extrema direita, André Ventura, do Chega, tem batido nas relações entre o empresário e o ex-premiê. Ventura costuma se referir à existência de um “acordo secreto” entre o governo de António Costa e Neeleman, que teria permitido ao empresário receber cerca de 55 milhões de euros ao deixar o controle da TAP.

A Azul tenta se descolar de seu próprio criador, mas é parte do enrosco. A empresa teria cerca de 189 milhões a receber do governo de Portugal por repasses financeiros à TAP realizados em 2016. A oposição contesta o valor e a própria operação. Procurada pelo RR, a Azul não quis se pronunciar.

A tendência é que os ataques a Costa e a Neeleman se intensifiquem nas próximas semanas, na esteira de mais uma injeção de capital do governo português na reestatizada TAP. Há cerca de dez dias, o Estado anunciou o aporte de 343 milhões de euros na companhia. Desde que Neeleman deixou o controle, mais de 2,8 bilhões de euros já saíram dos cofres públicos para a empresa aérea.

#Azul #David Neeleman #TAP

Destaque

Azul e David Neeleman entram no radar da CPI da TAP

13/06/2023
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Há uma Comissão Parlamentar de Inquérito no caminho da Azul. A diretoria da empresa acompanha com apreensão a CPI da TAP, instaurada pela Assembleia da República, a Câmara dos Deputados de Portugal, para apurar suspeitas de irregularidades na privatização e na gestão da companhia aérea. A julgar pelas informações captadas de Lisboa, as investigações contra David Neeleman, ex-controlador da TAP, devem respingar na Azul, da qual o empresário é o principal acionista e chairman. Aos olhos dos parlamentares portugueses, a coabitação societária de Neeleman criou sinuosas conexões entre as duas companhias. A CPI apura, por exemplo, em que que circunstâncias se deram os empréstimos feitos pela Azul à TAP na época em que Neeleman era também o controlador da companhia portuguesa. Ou seja: na prática, o dinheiro saiu de seu bolso direito para entrar no esquerdo. Entre os deputados portugueses, há acusações de que Neeleman teria sangrado o caixa da TAP em benefício da empresa brasileira. Hoje, a Azul tem 189 milhões de euros em créditos a receber. A dívida caiu no colo do governo de Portugal após a reestatização da TAP. O RR fez várias tentativas de contato com a Azul, mas não obteve retorno. 

Essa não é a única operação cruzada na mira da CPI. Os parlamentares investigam o contrato firmado em 2016 entre as duas companhias. Na ocasião, a Azul cedeu à TAP nove turboélices ART, aeronaves que foram devolvidas recentemente. A CPI apura os termos do acordo e os valores pagos, à época, pela companhia portuguesa à sua “irmã” postiça brasileira.   

#Azul #David Neeleman #TAP

Negócios

Investigação contra Neeleman arranha fuselagem da Azul

20/12/2022
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A ofensiva das autoridades portuguesas contra a antiga gestão de David Neeleman, ex-controlador da TAP, ameaça ricochetear na Azul, fundada pelo empresário. O Ministério Público de Portugal está investigando determinadas operações realizadas pela companhia aérea local entre 2015 e 2020, quando a TAP era controlada pela Atlantic Gateway, consórcio formado entre Neeleman e o empresário português Humberto Pedrosa. Segundo uma fonte ligada à Azul, a empresa já recebeu sinalizações de que um dos negócios na mira dos procuradores portugueses seria a concessão de nove turboélices ART para a TAP, firmada em 2016. Na época, Neeleman acumulava a posição de acionista majoritário da companhia lusitana com o cargo de CEO da Azul. Ou seja: a rigor, os aviões saíram de uma mão para a outra do empresário. Coincidência ou não, depois de seis anos de uso em sua frota, a TAP está devolvendo as aeronaves para a empresa brasileira. Procurada pelo RR, a Azul disse que não comenta o assunto. 

Um dos pontos mais delicados da investigação conduzida pelo Ministério Público de Portugal é a compra pela TAP de um lote de 53 aviões das famílias A330 e A320 Neo, da Airbus. A partir de uma auditoria iniciada pela própria companhia portuguesa, surgiram suspeitas de que a empresa pagou valores superiores aos de mercado na aquisição das aeronaves, somando-se ainda elevados encargos financeiros. Mais uma vez, o imbróglio respinga na Azul. Há indícios ainda de que a TAP teria cedido à empresa brasileira um lugar na fila de espera da Airbus e o direito de receber até dois aviões A350. Para o Ministério Público português, essa manobra de Neeleman teria gerado prejuízos à empresa portuguesa.  

A imprensa portuguesa já noticiou que Neeleman recebeu 70 milhões de euros da Airbus pela alteração do contrato, dinheiro que teria usado para comprar ações da própria TAP. As autoridades portuguesas ainda investigam em que condições teria se dado esse repasse de recursos. Neeleman já reagiu publicamente, não apenas refutando qualquer irregularidade na sua gestão à frente da TAM, mas também com ataques ao governo português: “Parem de me usar e recuperem o dinheiro do contribuinte”, disse em recente declaração ao jornal Lusa. 

#Azul #David Neeleman #TAP

Ponte aérea

28/09/2022
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A TAP negocia com a ANAC o aumento do número de voos entre Brasil e Portugal. Atualmente, a companhia atende 11 cidades brasileiras. Quer chegar a 15 nos próximos meses, com a criação de novas rotas para o Nordeste. O Brasil é uma das operações mais rentáveis da TAP em todo o mundo.

#Anac #TAP

Espaço aéreo fechado

4/02/2021
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A pandemia abalroou as operações da TAP no Brasil. A companhia cancelou mais de 20 voos semanais para a Europa, sem previsão de retomada. Países como Portugal, Itália e Inglaterra proibiram a chegada de voos provenientes do Brasil, epicentro da pandemia na América do Sul.

#TAP

Adeus, TAP

14/07/2020
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O ex-presidente da Azul, Antonoaldo Neves, já arruma as gavetas para deixar o comando da TAP ainda neste mês. Faz parte do acordão entre o governo português e o empresário David Neeleman, que está deixando o capital da companhia aérea – informação antecipada pelo RR em 12 de fevereiro.

#David Neeleman #TAP

David Neeleman vs. governo de Portugal

2/03/2020
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O empresário David Neeleman, controlador da TAP, e o governo português travam mais uma queda de braço. Mesmo com o prejuízo de 105,6 milhões de euros em 2019, Neeleman tem defendido o pagamento de bônus aos dirigentes da companhia aérea. O gabinete do primeiro-ministro António Costa já sinalizou que vai brecar a bonificação. Olhando-se para os resultados da TAP, os executivos da empresa não têm feito por merecer qualquer prêmio: foram 220 milhões de euros em perdas nos últimos dois anos. Neste cenário, parece até que Neeleman, fundador da Azul, está criando um factoide para romper de vez com o governo português e precipitar a venda da sua participação – ver RR de 12 de fevereiro.

#David Neeleman #TAP

David Neeleman desembarca do capital da TAP

12/02/2020
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Há muito de diversionismo no acordo de cooperação comercial firmado na semana passada entre a Azul e a TAP. O timing do anúncio não passaria de uma cortina de fumaça para o desembarque de David Neeleman da companhia aérea portuguesa. Duas fontes próximas ao empresário, principal acionista da Azul, confirmaram ao RR que ele está em tratativas avançadas com o governo de Portugal para sair do capital da TAP.

De acordo com um dos informantes, o presidente da empresa, Antonoaldo Neves – ex-CEO da Azul – já estaria de malas prontas para deixar Portugal antes mesmo do acordo ser fechado. Neves já teria nova missão: auxiliar o empresário na montagem de sua nova companhia aérea nos Estados Unidos, a Moxy Airways. As próprias autoridades portuguesas têm intermediado conversações com empresas de aviação europeias interessadas em assumir a parte de Neeleman na TAP. Entre participação direta e indireta, por meio do consórcio Atlantic Gateway, o empresário detém 45% do capital total. Procurada, a Azul informou que “não há qualquer relação proporcional entre o acordo de codeshare com a TAP e a eventual saída de nosso fundador do capital da empresa portuguesa.”

Consultado especificamente sobre a venda da participação, Neeleman não se pronunciou. Não é de hoje que o relacionamento entre Neeleman e o Estado português enfrenta sérias turbulências. A situação se acentuou nos últimos meses com o agravamento da crise financeira da TAP. Aquela companhia rentável que o ex-presidente da Varig Fernando Pinto tanto se orgulhava de ter tirado da bancarrota, no início dos anos 2000, não existe mais. Só nos últimos dois anos, a TAP perdeu 200 milhões de euros. Ao mesmo tempo, Neeleman e Neves enfrentam uma dura resistência dos sindicatos locais que ganharam força com o regime do primeiro ministro socialista António Costa.

#David Neeleman #TAP

As tempestades de Neeleman

12/07/2019
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David Neeleman enfrenta turbulências dos dois lados do Atlântico. No Brasil, a Azul pulou fora do atribulado leilão da Avianca; em Portugal o governo, sócio de Neeleman na TAP, tem questionado duramente a política de remuneração da companhia. As autoridades deverão vetar novos pagamentos de bônus a executivos da empresa ao longo deste ano. Em maio, a TAP desembolsou 1,2 milhão de euros em bonificações a 180 funcionários em cargos de gerência e direção. A decisão desencadeou fortes críticas à gestão da TAP, leia-se o CEO Antonoaldo Neves, ex-presidente da própria Azul. Ao se referir a Neeleman, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, falou em “quebra de confiança” na relação com o sócio privado. Não é pelo 1,2 milhão de euros, cifra que está longe de ser uma fortuna. Ocorre que a remuneração extra aos executivos soa como um elogio ao fracasso. No ano passado, a TAP teve um prejuízo de 118 milhões de euros.

#Avianca #Azul #David Neeleman #TAP

Nem tudo está azul para David Neeleman

4/04/2019
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Se, no Brasil, David Neeleman se movimenta para aterrissar no controle da Avianca, do lado de lá do Atlântico o empresário enfrenta turbulências. Neeleman cobra do governo português, seu sócio na TAP, as obras de ampliação do aeroporto de Lisboa. Alega que o crescimento da companhia a partir de 2020 está fortemente comprometido com a impossibilidade de aumentar o número de voos no maior terminal do país. A questão tornou-se ainda mais fulcral depois do prejuízo de 118 milhões de euros da TAP em 2018.

#David Neeleman #TAP

Neeleman não acerta o relógio em Portugal

18/12/2018
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Se, no Brasil, David Neeleman desponta, por meio da Azul, como candidato à compra da Avianca, do outro lado do Atlântico o empresário vive um momento conturbado. A TAP, de sua propriedade, tem sido alvo de duras críticas do governo, entidades da área de turismo e passageiros pelo crescente índice de atrasos de seus voos. Em setembro apenas 51% das decolagens da companhia saíram no horário previsto – o índice médio de pontualidade da aviação civil no mundo gira em torno de 80%. No mesmo mês, a TAP ocupou a vexatória posição de 186º lugar em um ranking de 198 empresas aéreas em relação ao cumprimento dos horários. A falta de compromisso com o relógio tem custado caro a Neeleman e ao próprio governo de Portugal, sócio da companhia. No ano passado, os gastos da TAP decorrentes de atrasos em seus voos cresceram 40 milhões de euros.

#Azul #David Neeleman #TAP

Os rasantes de Neeleman

2/10/2018
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O empresário David Neeleman tem feito forte pressão sobre o governo para a construção e privatização de aeroportos. Em Portugal! Dono da TAP, Neeleman vive às turras com as autoridades locais. O governo português divide o controle da companhia aérea, com 50%.

#David Neeleman #TAP

O onipresente Neeleman

12/07/2018
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Dono da Azul e da TAP, David Neeleman ajusta seu GPS para novas latitudes. Além do projeto de criação de uma companhia aérea nos Estados Unidos, conversa com investidores chineses para lançar uma empresa na Ásia. Nas duas deverá ter uma participação relevante, mas minoritária.

#TAP

Neeleman põe Azul e TAP em rota de aproximação

26/01/2018
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O dia 31 de janeiro promete ser uma data fulcral para os negócios de David Neeleman além-mar e – quem sabe? – também no Brasil. Está prevista para a próxima quarta-feira a assembleia de acionistas da TAP que vai referendar ou não o nome do ex- CEO da Azul Antonoaldo Neves como substituto de Fernando Pinto no comando da companhia portuguesa. Neves não é a única carta de Neeleman sobre a mesa. Na assembleia, o empresário espera emplacar também outro ex-dirigente da Azul, Raffael Guaritá Quintas, na diretoria financeira da TAP.

O sincronismo da dupla nomeação tem inflado as especulações na mídia portuguesa. Neeleman tem manejado o manche, tanto de um lado quanto de outro, para promover sucessivas aproximações entre as duas companhias. O quão perto a Azul chegará da TAP? Em Portugal, já se fala que o empresário está preparando o terreno para uma possível fusão entre ambas, que levaria a bordo a chinesa HNA Group, sua parceira na recente aquisição de uma fatia da francesa Aigle Azur. Consultada pelo RR, a Azul não quis falar sobre o assunto. Qualquer que seja o plano de voo traçado por David Neeleman para a TAP, ele passa obrigatoriamente pelas mudanças de peças na direção da empresa.

Este é um movimento da maior relevância, sobretudo pelas tensões que cercam o relacionamento entre Neeleman e seu sócio compulsório, o governo português. A nomeação de Antonoaldo Neves é uma manobra do empresário para reforçar seu poder na gestão da TAP, arranhado depois que o Estado aumentou sua participação acionária e passou a ter 50% da empresa. Neeleman já tem o apoio do empresário Humberto Pedrosa, com quem divide o consórcio Atlantic Gateway, dono de 45% da TAP. Busca também a anuência de minoritários para emplacar seu executivo na presidência.

Conforme o RR antecipou em 3 de novembro de 2017, já há algum tempo Neeleman trabalha para ejetar o brasileiro Fernando Pinto do comando da TAP. O executivo que tirou a companhia aérea da bancarrota é tratado como um mito pelos funcionários. Neeleman, no entanto, o enxerga como um distintivo da “velha TAP”, um gestor excessivamente identificado com os tempos de estatal e, pior, um defensor dos interesses do governo português dentro da companhia. A nomeação de um executivo da sua estrita confiança, como é o caso de Antonoaldo Alves, dará ao empresário um poder na administração que ele ainda não experimentou desde que comprou a TAP, em 2015.

#Azul #David Neeleman #TAP

Grudado feito tatuagem

22/11/2017
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David Neeleman quer levar o chinês HNA Group para o capital da TAP. Fecharia, assim, o “Grand Slam” da sociedade. Neeleman já é sócio dos asiáticos na Azul e, a partir de agora, na companhia francesa Aigle Azur.

#David Neeleman #HNA Group #TAP

Neeleman quer trocar o piloto da TAP

3/11/2017
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O empresário David Neeleman “abriu” publicamente o processo de sucessão na TAP. Nas últimas duas semanas, em declarações à mídia portuguesa, tem tratado da possibilidade de substituição do brasileiro Fernando Pinto, que comanda a companhia aérea desde 2000. O nome do sucessor, inclusive, já é considerado pedra cantada pelos jornais locais: Antonoaldo Neves, ex-presidente da Azul, que, desde agosto passado, ocupa uma cadeira no Conselho de Administração da TAP. Por ora, não está claro se o fim da longeva era Fernando Pinto é fruto de consenso entre Neeleman e o governo português, seu sócio, ou se o empresário está forçando a mão para colocar um executivo de sua confiança na presidência da companhia. Ressalte-se que Pinto tem o maior prestígio junto às autoridades portuguesas e é tratado pelos funcionários da TAP praticamente como uma semidivindade por ter tirado a companhia aérea do que parecia ser uma rota certa para a falência.

#David Neeleman #TAP

Neeleman reavalia plano de voo após virar copiloto na TAP

3/07/2017
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A investida de David Neeleman, dono da Azul, na terrinha sofreu um looping, que até mesmo coloca em dúvida sua permanência na TAP. Segundo uma fonte próxima ao empresário, Neeleman já cogita vender sua participação na companhia aérea após os acontecimentos da última semana, quando o governo português, na prática, reestatizou a empresa. Operação selada na quinta-feira passada deu ao Estado 50% do capital da TAP.

O Atlantic Gateway, consórcio de investidores privados liderado por Neeleman, passou a ter 45%, contra 61% do formato anterior. Consultado pelo RR sobre a decisão do governo português, as circunstâncias em que ela se deu e o seu futuro na TAP, o empresário não quis se manifestar. Em declarações à mídia portuguesa, David Neeleman usou um tom conciliador em relação à mudança societária: falou de alinhamento de interesses com o governo e mencionou planos de expansão da TAP. No entanto, a própria imprensa local trata o episódio como algo nebuloso. Neeleman e seu principal sócio, Humberto Pedrosa, teriam sido pressionados pelo governo socialista do primeiro-ministro António Costa a aceitar a redução da sua fatia societária.

A mídia portuguesa levanta ainda insinuações por conta dos protagonistas deste enredo. A operação teria sido costurada por um personagem notório na vida pública local: o advogado Diogo Lacerda Machado, habitualmente tratado pela imprensa portuguesa de “melhor amigo” e “negociador sombra” de António Costa. Segundo os jornais de Lisboa, foram exatas 14 reuniões com os acionistas e administradores da TAP até que a nova configuração societária estivesse formatada. Lacerda Machado participou de todas. Foi também nomeado para o board da companhia aérea. Não menos controversa foi a indicação de Miguel Frasquilho como chairman. Frasquilho foi diretor do Banco Espírito Santo até quatro meses antes da sua quebra.

David Neeleman oficializou a compra da companhia portuguesa em novembro de 2015. Naquele mesmo mês, no entanto, António Costa assumiu o cargo de primeiro-ministro e elegeu a TAP como uma questão prioritária do seu governo. Neeleman passou a ter dificuldades em tocar a gestão da empresa, que se somou a uma relação turbulenta com o órgão regulador local e a ANA (administradora dos principais aeroportos portugueses) – ver RR edição de 17 de fevereiro. Não conseguiu impor sua agenda de contenção de custos, redução de ativos e, sobretudo, corte de pessoal – medidas, especialmente esta última, muito contestadas pelo governo de António Costa.

#Azul #David Neeleman #TAP

Neeleman é um comandante de mãos atadas na TAP

23/02/2017
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Se, do lado de cá do Atlântico, David Neeleman voa em céu de brigadeiro com o iminente IPO da Azul, em Portugal o empresário enfrenta fortes turbulências. A crescente interferência do governo português na gestão da TAP tem inviabilizado propostas apresentadas por Neeleman para cortar custos e debelar os seguidos prejuízos da companhia. Não se trata exclusivamente de uma questão além-mar. A operação brasileira da empresa é parte central do problema.

Neeleman considera vital uma drástica redução da estrutura da TAP no Brasil, notadamente na área de manutenção. No entanto, enfrenta a resistência do governo socialista do primeiro-ministro Antonio Costa, contrário a qualquer medida que passe por demissões em maior escala – principalmente se Neeleman quiser adotar o receituário em Portugal. A divisão de reparos no Brasil é um dos maiores sorvedouros de recursos da TAP, uma herança maldita que remete à finada Varig – em 2005, os portugueses compraram a Varig Engenharia e Manutenção (VEM).

São cinco hangares em Porto Alegre e um no Rio de Janeiro. A unidade brasileira fechou 2016 com perdas superiores a 60 milhões de euros. Segundo a mídia portuguesa, os prejuízos acumulados pela antiga VEM entre 2010 e 2015 chegaram a 289 milhões de euros.

David Neeleman nunca se iludiu: sempre soube que, na prática, a TAP não havia sido efetivamente privatizada. Mas a ingerência do governo português cresceu consideravelmente com a ascensão ao poder do socialista Antonio Costa, apenas três meses após o leilão da companhia aérea. Uma de suas primeiras medidas foi refazer o acordo de acionistas, aumentando a participação do Estado português de 39% para 50%. Neeleman e seu sócio português, o empresário Humberto Pedrosa, do Grupo Barraqueiros, têm hoje 45%. Devem chegar aos mesmos 50% com a aquisição de ações em poder dos empregados. A batalha aérea promete.

#Azul #David Neeleman #TAP

Neeleman transforma a TAP em trincheira

29/11/2016
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Bastaram poucos meses como acionista da TAP para David Neeleman mandar a diplomacia pelos ares e se indispor com o governo português e a francesa Vinci Airports, concessionária do aeroporto de Lisboa. O empresário, dono também da Azul, tem jogado sobre os ombros das autoridades locais e da operadora aeroportuária a culpa por atrasos no plano de expansão da companhia aérea. Ele alega que a TAP não consegue abrir mais duas rotas para os Estados Unidos e outras seis dentro da Europa por falta de espaço no aeroporto de Lisboa e pela má vontade da Vinci em resolver o problema. Hoje, a TAP mantém 25 voos semanais para cidades norte-americanas. Neeleman afirma que este número poderia chegar a 70, mas, para isso, é preciso que “Portugal seja mais eficiente”.

A relação se esgarçou ainda mais depois que Neeleman começou a usar a imprensa para desferir seus ataques. No início deste mês, em entrevista ao jornal português Expresso, chegou a dizer com todas as letras que “Somos todos uns idiotas. Não fazemos mais pelo turismo porque não temos espaço no aeroporto”, numa indireta mais do que direta às autoridades e à Vinci.

Para atravessar ainda mais o fado, David Neeleman resolveu levantar uma bandeira polêmica. Como forma de pressionar a Vinci, tem defendido a transformação da base militar de Montijo, do outro lado do Rio Tejo, em um aeroporto civil. Trata-se de um empreendimento que costuma causar urticária na maioria da população portuguesa. Os estudos para o projeto começaram no governo do então primeiro-ministro José Sócrates, envolvido em uma série de denúncias de corrupção.

• Procuradas, as seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: TAP.

 

#Azul #TAP #Vinci Airports

Hangar da Azul

26/10/2016
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 A Azul planeja repassar mais dez aeronaves para a TAP no início de 2017. A companhia portuguesa tem se mostrado de grande valia para o despejo de custos operacionais da empresa brasileira. No primeiro trimestre deste ano, a Azul transferiu 17 aviões para o lado de lado de lá do Atlântico – fato confirmado ao RR pela própria companhia. Sobre o novo repasse, a empresa disse “não confirmar a informação”.

#Azul #TAP

Escalada

16/09/2016
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 Nos cálculos de David Neeleman, a TAP só voltará ao azul em meados de 2017. No primeiro semestre deste ano, a companhia portuguesa teve prejuízo de 28 milhões de euros – é bem verdade que 74% a menos do que a perda em igual período em 2015.

#David Neeleman #TAP

Azul ganha sotaque português em reestruturação societária

24/03/2016
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 David Neeleman vai tirar o passaporte da União Europeia para a Azul. O primeiro movimento é empurrar a companhia aérea para dentro da compra da TAP , conforme antecipou o RR de 29/07/15. A operação já está sendo finalizada. O próximo passo para “europeizar” a Azul seria a criação de uma holding portuguesa, que juntaria no mesmo bagageiro a TAP e teria ações negociadas na Bolsa de Lisboa. O controle econômico da nova empresa seria do consórcio Atlantic Gateway, que comprou a TAP e detém 80% do capital econômico da companhia aérea. Participam do consórcio o grupo chinês HNA, o empresário lusitano Humberto Pedrosa, a Azul e David Neeleman. Os direitos políticos (voto) da holding, entretanto, serão compartilhados com o governo português. A “europeização” está em sintonia com o Código Brasileiro de Aeronáutica, que estabelece em 49% o limite de participação estrangeira no capital de companhias aéreas no país. Procurada, a Azul nega a mudança societária.  Segundo o RR apurou, a holding de Neeleman e do governo português teria justamente esse percentual no capital da Azul (49%), ficando na espreita para a liberação de participação estrangeira em 100% do capital acionário. Para isso, está prevista a opção de compra pela holding de novos lotes de ações na Azul. Nos planos de Neeleman, o projeto caminhará para uma fusão das companhias com uma futura unificação das marcas. A medida trará imediatos ganhos financeiros e operacionais, com o compartilhamento da gestão das duas empresas e a redução do “risco fronteira” da Azul. Parte da frota da companhia aérea brasileira já foi transferida para a TAP. A dupla luso-brasileira já fechou um acordo de code share. Trata-se apenas de uma aperitivo frente ao que está por vir.

#Atlantic Gateway #Azul #HNA #TAP

Looping

29/10/2015
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 David Neeleman já admite intramuros que será preciso negociar com o governo de Portugal a acordada injeção de 800 milhões de euros na TAP. A liquidez secou em todas as fontes: no BNDES o dinheiro está curto, o IPO da Azul na BM&F Bovespa melou e a alternativa de emissão de ADRs em Nova York está pinando antes de decolar. A saída está em intrincadíssimas engenharias financeiras.

#Azul #BM&F Bovespa #BNDES #David Neeleman #TAP

Tal lá como cá

9/09/2015
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 A prioridade nº 1 de David Neeleman é concluir a capitalização de 338 milhões de euros na TAP e alongar o pesado passivo da companhia, superior a um bilhão de euros. Logo atrás, coladinha, vem a renegociação dos passivos de curto prazo da Azul, na casa dos R$ 300 milhões.

#Azul #David Neeleman #TAP

Só Neeleman enxerga a TAP em céu Azul

29/07/2015
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 A pressa com que David Neeleman expandiu seus negócios de aviação tem deixado um rastro de dúvidas na Azul. A maior oposição vem da Texas Pacific Group (TPG), que lidera um grupo de minoritários disposto a questionar o projeto de Neeleman de usar a Azul para capitalizar a TAP, comprada por ele no mês passado e com dívida de um bilhão de euros. O principal acionista da companhia aérea brasileira tem uma proposta pronta para que a Azul se torne sócia do consórcio Gateway, novo controlador da voadora portuguesa. Se depender de Neeleman, a Azul será uma das maiores sócias da TAP. A operação tem não somente o apoio como o incentivo explícito da United, que tem 5% da Azul. O grupo norte-americano enxerga na operação o caminho mais rápido para a internacionalização da empresa brasileira, que passaria a ter uma operação própria na Europa. Difícil será convencer o TPG, que enxerga mais dúvidas do que certezas na operação, em função dos números ruins da TAP. A Azul teria que necessariamente se capitalizar. Pelos cálculos do fundo, a brincadeira não sairia por menos de R$ 1,5 bilhão. David Neeleman tenta convencer os sócios com a ideia de atrair o BNDES para o financiamento, já que seria a terceira aérea brasileira a ter presença forte no exterior. Terá que gastar muita lábia, pois o banco tem estado arredio a operações de tão grande risco.

#Azul #BNDES #David Neeleman #TAP #TPG

Marca fantasia

16/06/2015
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A portugalhada não perdoa. A nova TAP, empresa que emergirá da privatização, está sendo chamada de “Barraqueira Blue”. O consórcio comprador da companhia é integrado pela brasileira Azul e a lusitana Barraqueira. É isso mesmo, Barraqueira.

#TAP

Usucapião

15/06/2015
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 O presidente da TAP, Fernando Pinto, comunicou ao governo português que só fica no cargo até a transferência efetiva do controle para a Azul. Na companhia brasileira, no entanto, a impressão é de que o executivo está apenas fazendo charme, a  espera de um convite de David Neeleman para seguir na mesma cadeira onde está há 15 anos.

#Azul #David Neeleman #TAP

“TAP do B”

2/04/2015
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Quando afirma que a Gol não tem interesse na TAP, o presidente da empresa, Paulo Sergio Kakinoff, diz uma meia verdade. A TAP MRE, braço de manutenção da estatal portuguesa, está no radar dos Constantino. Oficialmente, a Gol diz que “não há qualquer conversa sobre o tema”.

#TAP

Pouso forçado

6/09/2013
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David Neeleman, dono da Azul, teria voltado a bater na porta do BNDES em busca de apoio para a compra da TAP. Mais uma vez, encontrou o sinal vermelho. Procurada, a Azul nega o interesse na TAP. Já o banco não quis se pronunciar.

#Azul #BNDES #David Neeleman #TAP

Chama o síndico

2/07/2013
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 O presidente da Azul, David Neeleman, que anda cercando a TAP e a Jet Blue (a ordem dos fatores não é relevante), não quer saber do fado “Ai, Mouraria” nem do standard americano “Blue Velvet”. Vai receber os passageiros da sua aerolinha com “Azul da cor do Mar”, de Tim Maria. É sério! Vai ser essa mesmo a trilha sonora.

#Azul #David Neeleman #TAP

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