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A permissividade da Hyundai diante dos sucessivos escândalos protagonizados por Carlos Alberto de Oliveira Andrade, o “Caoa”, parece ter chegado ao limite. Para os sul-coreanos, está mais do que na hora de deixar o temerário sócio pelo caminho, romper a parceria com o Grupo Caoa – representante da montadora no país desde 2000 – e assumir integralmente seus negócios no mercado brasileiro. Segundo o RR apurou, o próprio planejamento estratégico da Hyundai Brasil para o próximo ano já contemplaria o fim do acordo com a Caoa. Mesmo porque o tempo em que a companhia asiática era dependente ou, mais do que isso, refém da estrutura industrial e comercial do parceiro ficou para trás. Nos últimos dois anos, a montadora criou uma operação que lhe permite trafegar com as próprias rodas no Brasil. Além da fábrica de Piracicaba (SP), a Hyundai montou uma rede de revenda com mais de 210 concessionárias, capazes não apenas de comercializar os veículos que saem da unidade paulista, mas também os modelos produzidos pela Caoa na planta industrial de Catalão (GO). Procurada pelo RR, a Hyundai informou que “não comenta detalhes estratégicos de seu relacionamento com parceiros comerciais, como é o caso do Grupo Caoa”. Por sua vez, a Caoa não se pronunciou. A Hyundai quer se livrar do “Risco Caoa” antes que, por vias oblíquas, ela própria acabe sendo tragada pelo turbilhão de denúncias e acusações contra o empresário. Neste momento, estar ao lado de Carlos Alberto de Oliveira Andrade já é, por si só, uma ameaça à reputação de qualquer corporação. “Caoa” leva no bagageiro um sem-número de escândalos recentes. No âmbito da “Operação Acrônimo”, é suspeito de ter repassado R$ 2 milhões a Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, lobista ligado ao governador Fernando Pimentel, para assegurar a aprovação de Portaria favorável ao Grupo Caoa. O empresário também é figurinha carimbada na Zelotes, que, além do esquema de pagamento de propinas a integrantes do Carf, investiga a suposta compra de trechos de Medidas Provisórias de interesse da montadora. Além da agenda policial, outro ponto estimula a Hyundai a romper a sociedade com a “Hyundai do B”: o próprio desempenho das duas operações. Comparativamente, os sul-coreanos têm sofrido menos com a crise da indústria automobilística do que o parceiro. Nos quatro primeiros meses do ano, as vendas da montadora asiática no Brasil caíram 20% em relação a igual período de 2015. No caso do Grupo Caoa, responsável pela produção de alguns modelos da Hyundai em Catalão, a trombada foi muito maior: a queda chega a 45%.
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