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A venda dos ativos termelétricos da Petrobras avançou algumas casas nos últimos dias. A AES teria apresentado uma oferta para adquirir uma participação minoritária de até 30% em sete das 21 térmicas a gás e a diesel controladas pela estatal. Os valores sobre a mesa giram em torno dos US$ 300 milhões. Segundo o RR apurou, fariam parte do pacote as duas maiores geradoras da Petrobras: Governador Leonel Brizola e Mario Lago, ambas no Rio de Janeiro, com capacidade somada de quase 2 mil MW. A proposta da AES incluiria ainda uma opção de compra futura do controle das geradoras. Esta cláusula teria deixado o grupo norteamericano em posição de vantagem em relação a outros candidatos ao negócio, como a Cemig e a Gas Natural Fenosa. A dupla não exibe a mesma disposição para colocar a mão no bolso: mineiros e espanhóis até admitem a compra de participações minoritárias nas usinas, mas seu modelo predileto é uma aliança estratégica com a Petrobras, o que reduziria a necessidade de aportes na operação. De todas as participações societárias que repousam sobre o balcão da Petrobras, em termos relativos as geradoras a gás e a diesel talvez sejam aquelas com maior valor potencial de venda. O momento é extremamente favorável para a negociação de parte ou mesmo do controle das térmicas. A escassez de recursos hídricos elevou os preços da energia e, consequentemente, a precificação dos ativos de geração. Segundo números da própria estatal, em pouco mais de um ano o valuation de todas as suas térmicas subiu de US$ 6,5 bilhões para quase US$ 8 bilhões. Além da negociação com a AES, a Petrobras ainda busca um sócio ou um comprador para outras de suas termelétricas. A desmobilização destes ativos é uma peça importante no quebra- cabeças que a empresa terá de montar para cumprir sua meta de desinvestimento. Ao todo, a área de energia e gás responde por quase 40% dos cortes de US$ 13,7 bilhões no plano estratégico da estatal entre 2015 e 2016. Do lado da AES, a operação alçaria o grupo a um novo patamar no mercado brasileiro de geração. Nos cálculos dos norte-americanos, sua capacidade instalada no Brasil cresceria de 2,6 mil MW para mais de 3,5 mil MW apenas com a compra das participações minoritárias. A AES se distanciaria, assim, da EDP, que produz cerca de 2,7 mil MW no país. Entre as empresas privadas, ficaria atrás apenas da Tractebel, com nove mil MW.
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