Governo do Rio obriga Mitsui a saltar com o trem andando

  • 9/06/2021
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A recuperação judicial pedida pela Supervia é uma demonstração cabal de que a Mitsui, principal acionista da empresa, está decretando a falência do transporte urbano no Rio de Janeiro. Para um grupo que lucra bilhões e bilhões de dólares em todo o mundo, a dívida da concessionária de trens (R$ 1,2 bilhão) é um trocado. Ocorre que os japoneses preferiram largar o negócio a sua própria sorte dado o desapreço do governo do estado pelo transporte público. Não foi por falta de tentativa de negociação. Em conversas com fontes ligadas à Mitsui, o RR apurou que a Agetransp, órgão regulador do setor, reconheceu que a Supervia tinha direito a um ressarcimento de R$ 260 milhões por conta dos prejuízos sofridos em 2020. Além disso, o próprio estado deveria aportar R$ 136 milhões na concessionária para garantir o reequilíbrio econômico-financeiro do contrato. Pior: com base no acordo de concessão, a tarifa da dos trens no Rio deveria ser reajustada para R$ 5,90, mas o Poder Público fixou o valor em R$ 5. A julgar pelo porte da Mitsui, a recuperação judicial poderia ser evitada com uma injeção de capital. Mas o caminho escolhido revela que o Brasil não está nos planos da companhia. Segundo informações filtradas da Mitsui, a percepção entre os japoneses é de que o governo do estado não respeita contratos e não tem palavra. Não admira que o grupo não queira mais saber de transporte público no país e muito menos no Rio de Janeiro.

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