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Segurança
A geoeconomia do crime organizado está avançando sobre novas regiões na América do Sul. De acordo com informações filtradas da Polícia Federal, a área de Inteligência da corporação identificou uma crescente atuação de facções criminosas na fronteira entre o Brasil e o Uruguai. Segundo as investigações, o onipresente Primeiro Comando da Capital (PCC) tem operado em conjunto com umas das maiores organizações do Rio Grande do Sul, conhecida como “Os Manos”. O próprio PCC já teria mais de 1,5 mil integrantes no estado. Em conluio com grupos criminosos do Uruguai, as duas facções vêm ampliando o tráfico de drogas entre os dois países, sobretudo a partir de voos clandestinos. Segundo fonte da PF, o crescente uso dessa rota tem sido, digamos assim, a solução logística encontrada pelo crime organizado diante do maior controle dos órgãos de segurança nas divisas do Brasil com a Bolívia e o Paraguai, historicamente as maiores portas de entrada de drogas no país. Além disso, a liberação da maconha no Uruguai é uma facilidade a mais para que a erva entre de forma ilegal e em quantidades cada vez maiores em território brasileiro.
O aumento da movimentação de drogas entre o Uruguai e o Brasil tem se refletido na sangrenta disputa entre facções criminosas no Rio Grande do Sul. A maior parte dos conflitos se concentra no município de Rio Grande, localizado a 240 km da fronteira com o Uruguai. No ano passado, a cidade registrou um recorde histórico de 90 homicídios, a maioria deles ligada à guerra entre grupos criminosos. “Os Manos”, com o reforço do PCC, tem sido também o principal responsável pelas seguidas rebeliões em presídios gaúchos, notadamente o de Charqueadas.
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