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Economia
Há uma contradição ou trade off quando se trata da relação dos empresários com o governo em relação à ladainha do corte de gastos. Na última quinta-feira, a presidente do CEBDS, Marina Grossi, se reuniu com Fernando Haddad para apresentar uma série de propostas a serem incluídas no “pacote verde”, o plano do Ministério da Fazenda para estimular o desenvolvimento sustentável. Sim, agora todos têm um plano verde: o Ministério do Meio Ambiente e Mudança de Clima, o Planejamento e Orçamento, as Minas e Energia, Agricultura e Pecuária, e outros. Marina pede apoio ao governo em um tema que não envolve gastos públicos: regulação do mercado de carbono e definição da taxionomia verde. Matérias, aliás, em que o CEBDS já deveria ter feito o dever de casa, levando minutas detalhadas do que pretende das regulamentações. Mas o ponto não é esse. No restante, pede criação de programas de pagamentos por serviços ambientais; investimentos em inovações verdes; recursos para infraestrutura verde e saneamento e apoio creditício de toda ordem. Vá lá que o meio ambiente é transversal a todos os setores da economia. Mas Marina Grossi repetiu o que 10 em 10 representantes das associações do empresariado fazem quando vão à Fazenda: pedem mais recursos para suas áreas de interesse. A equação entre redução do déficit público e o pantagruelismo empresarial pelo dinheiro do governo não fecha.
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