Buscar
Os estrangeiros marcham a passos cada vez mais largos na área de saúde. É o caso da Bain Capital, que administra mais de US$ 70 bilhões em ativos. Dona da Intermédica, a gestora norte-americana estaria em negociações para a compra de mais uma companhia de medicina de grupo no país: o Grupo Empresarial Centro Clínico Gaúcho, que atua em Porto Alegre e mais sete cidades do estado. Com cerca de 220 mil beneficiários, o plano de saúde fatura por ano algo em torno de R$ 300 milhões. Consultado, a Centro Clínico Gaúcho informou que mantém relações comerciais com a Intermédica, mas garantiu que seu controle não está à venda. A aquisição se encaixaria com precisão cirúrgica na estratégia traçada pela Bain Capital para expandir a atuação da Intermédica. O receituário dos norte-americanos prevê a aquisição de operadoras de médio porte com razoável presença regional. Era o caso da Paulista Santamália, de 260 mil clientes, comprada no ano passado. É o perfil também de uma importante companhia de medicina de grupo do Nordeste que está na mira da Bain Capital. Caso a negociação com a Centro Clínico Gaúcha seja selada, a Intermédica chegará à marca de R$ 3,5 bilhões de faturamento e mais de três milhões de vidas, tornando-se um dos cinco maiores grupos do setor no país. Ultrapassará, de uma vez só vez, a Unimed Paulistana, em gravíssima situação financeira, e a cearense Hapvida. A intenção da Bain Capital é avançar também no processo de verticalização da Intermédica, com a expansão de sua rede própria de atendimento, hoje composta por oito hospitais e 54 clínicas. No ano passado, aliás, os norte-americanos cancelaram o registro da seguradora Notre Dame, também de sua propriedade, e transferiram toda a carteira de clientes da empresa para a Intermédica. Pela legislação brasileira, empresas de seguro-saúde não podem ter hospitais próprios. A Intermédica não retornou o assunto.
Todos os direitos reservados 1966-2024.