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A Cimento Tupi está de volta a prateleira. Só que, agora, em vez da venda do controle, como tentou há cerca de quatro anos, a família Koranyi Ribeiro pretende negociar apenas uma participação minoritária do capital, de preferência para um sócio investidor. Os sócios da companhia chegaram a avaliar a possibilidade de um IPO, mas a ideia virou pó de calcário diante das condições adversas dos mercados internacionais. Os Koranyi Ribeiro consideram a operação determinante para o próprio futuro da Tupi. É chegada a hora de a empresa mostrar se vai efetivamente incomodar o andar de cima do setor ou permanecerá confinada no quarto dos fundos do mercado cimenteiro, com menos de 4% das vendas nacionais. Sem a capitalização, dificilmente a companhia conseguirá levar adiante seu ambicioso plano de investimentos, superior a US$ 1,2 bilhão. Em pauta, a construção de três fábricas em até cinco anos e a entrada em operação das reservas de Adrianópolis (PR), Formosa (GO) e Mossoró (RN), o que ainda depende de autorização pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Consultada pelo RR, a Cimento Tupi não se pronunciou. A Tupi está longe de ser um peixe graúdo da indústria cimenteira, mas, depois da fracassada tentativa de venda do controle, passou por uma profunda recauchutagem. Hoje, não obstante a escala relativamente limitada e as restrições de caixa, é um ativo mais atraente do que há três ou quatro anos, quando os Koranyi Ribeiro chegaram a conversar com grupos como Votorantim, Cimpor e Holcim. A duras penas, a empresa conseguiu repactuar seu passivo, em torno de US$ 200 milhões. A Tupi passou ainda por um drástico processo de enxugamento dos custos operacionais, além da venda de ativos, com a fábrica de Ribeirão Grande (SP), negociada para o próprio Votorantim. Os recursos permitiram a duplicação da planta industrial de Carandaí (MG), na qual foram desembolsados mais de US$ 200 milhões. Neste ano, a empresa deverá produzir cerca de dois milhões de toneladas. A meta é levar esse número para 2,5 milhões em 2014. No entanto, o salto para valer só viria mesmo com a construção das três fábricas previstas no plano estratégico, que jogariam a capacidade da Tupi para além dos sete milhões de toneladas por ano.
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