Futuro do Sonda se escreve com pontos de interrogação

  • 7/06/2013
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Há muitas dúvidas e poucas certezas nas prateleiras do Supermercados Sonda, última grande rede do varejo paulista ainda não abduzida pelo trio de ferro do setor – Casino/Pão de Açúcar, Carrefour e Walmart. As interrogações começam pelo comando da empresa. Até quando o atual presidente, José Domingo Barral, vai resistir a  fraca performance da rede varejista? Esta é a indagação que tem sido feita entre os executivos da companhia por conta das cenas explícitas de insatisfação protagonizadas pelos acionistas controladores, os irmãos Idi e Delcir Sonda. Os questionamentos, no entanto, vão além da gestão e envolvem também o futuro da empresa. Neste caso, outra pergunta vem sendo insistentemente repetida nos corredores da rede supermercadista: até quando os próprios irmãos Sonda vão suportar o modesto desempenho da companhia e as dificuldades de pedalar a expansão do negócio? Uma fonte que conhece o Sonda pelo avesso garante que as duas interrogações – tanto em relação ao destino de Barral quanto ao da empresa – desembocam numa resposta conjunta: os sócios estariam arquitetando a contratação de um executivo especialista em reestruturações empresariais a quem caberia a missão de arrumar a casa para a venda do controle. Procurado pelo RR, o Sonda não quis se manifestar. O cavalo já passou encilhado a  frente dos irmãos Sonda. Há pouco mais de dois anos, o Walmart teria colocado na mesa uma oferta de R$ 500 milhões pela rede paulista. A proposta foi rechaçada. Na ocasião, os irmãos Idi e Delcir estavam arredios a  ideia de venda da empresa. Ao mesmo tempo, tinham a convicção de que, se fosse para mudar de posição e negociar a rede varejista, o melhor seria esperar pelas cifras mais substanciosas que certamente estavam por vir. De lá para cá, no entanto, a realidade caminhou na contramão do cenário idealizado pelos Sonda brothers, a começar pela dificuldade de engordar o gado e aumentar seu valor. O Sonda não apenas fechou 2012 no vermelho, como as perdas teriam prosseguido no primeiro semestre desse ano. a€ primeira vista, os números podem até parecer desprezíveis: no ano passado, por exemplo, o prejuízo foi de apenas R$ 950 mil. No entanto, já faz algum tempo que o Sonda não alcança um resultado compatível com o porte de uma empresa que fatura mais de R$ 2 bilhões por ano e integra o top ten do varejo. O lucro mais recente, em 2011, foi igualmente inexpressivo: R$ 1,7 milhão.

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