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CSU fecha o ano com piora em seu complexo de rejeição

  • 13/11/2012
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“HSBC! HSBC! HSBC!” Basta apontar seu carro na entrada do estacionamento da CSU, na esquina da Faria Lima com Diogo Moreira, para o empresário Marcos Ribeiro Leite começar a ouvir vozes, que entoam o nome do banco como num coro grego. A alucinação tem se repetido em volume cada vez mais alto, a  medida que Ribeiro Leite vê se aproximar a iminente saída de um dos mais importantes clientes da companhia. Como é de praxe em anos de vencimento de contratos mais relevantes, a CSU já havia feito o hedge e alertado o mercado sobre a probabilidade de perda definitiva do HSBC. No entanto, nos últimos meses, a empresa tentou uma reviravolta e fez várias gestões junto a  instituição para a renovação do serviço de processamento de cartões. Teria oferecido condições de mãe para filho, sobretudo em relação a valores e prazos de pagamento. Nada feito. O banco pretende concentrar no México toda a sua plataforma de processamento na América Latina. O que preocupa os executivos e funcionários da CSU é o day after. Da noite para o dia, a empresa verá escorrer entre seus dedos cerca de cinco milhões de cartões, algo que deixa cicatrizes mesmo em uma corporação financeiramente sólida, como é o seu caso. De acordo com informações filtradas junto a  própria companhia, o acordo corresponde a cerca de 10% da receita da divisão. Intramuros, há um crescente temor de que a fatura seja repassada para os funcionários, com uma readequação do quadro de pessoal. Segundo uma fonte ligada a  CSU, a possibilidade já teria sido cogitada pelo alto comando da companhia. O perde e ganha de clientes faz parte do jogo. Mas Marcos Ribeiro Leite não quer ver 2012 nem pelas costas do calendário. Confirmada a saída do HSBC, o empresário terminará o ano da mesma forma como o iniciou, sofrendo de um imenso complexo de rejeição. No primeiro semestre, foi a vez do Carrefour dar cartão vermelho a  CSU e levar para longe aproximadamente três milhões de clientes de private label. Na ocasião, o equivalente a 6% da receita da divisão de processamento de cartões do grupo teriam se evaporado. O duplo baque, em um só ano, aumenta a aflição interna. De acordo com a mesma fonte, os contratos fechados pela CSU neste ano – entre eles, com o Banco do Nordeste e o Banpará – não seriam suficientes para cobrir a retração de receita com a saída do Carrefour e do HSBC. Além disso, os resultados da companhia não têm sido dos mais alvissareiros. Entre janeiro e setembro, o faturamento recuou 2,3% em comparação com o mesmo período em 2011. Procurada pelo RR, a CSU confirmou que já havia antecipado ao mercado a perda do contrato com o HSBC, mas não fez qualquer comentário sobre as tentativas de renegociação e a recusa do banco a s condições oferecidas. Consultada sobre a possível redução do quadro de pessoal, a empresa limitou-se a dizer que contratou novos executivos. O HSBC, por sua vez, comunicou que “não divulga informações de contratos com seus fornecedores.”

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