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Walmart e Cencosud sofrem com os preços do Epa

  • 2/09/2011
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Difícil saber quem mais ganhou com a transferência da rede mineira Bretas para a Cencosud, em outubro do ano passado: se os antigos controladores da empresa ou, por mais paradoxal que possa parecer, seu arquirrival histórico, a família Nogueira. Controlado pelo clã, o Supermercados Epa está surfando na venda de seu maior concorrente. Que o digam o Walmart e a própria Cencosud, que duelam pela compra do Epa. A empresa estaria avaliada em cerca de R$ 1,5 bilhão, o equivalente a 70% do faturamento registrado no ano passado – em torno de R$ 2,1 bilhões. Caso Walmart ou Cencosud pague este valor, a venda do Epa será, proporcionalmente, um dos maiores negócios já feitos no varejo nacional. Para efeito de comparação, a Cencosud pagou pelo Bretas aproximadamente R$ 1,3 bilhão, o correspondente a pouco mais de 50% da receita da empresa em 2010. Estes percentuais confirmam uma inexorável apreciação dos ativos a  medida que o processo de consolidação do setor avança. Há cerca de uma década, dificilmente uma negociação no varejo ultrapassava o índice de 40% da receita. O valor inflado se deve ao status que o Epa ganhou desde o ano passado. Com a venda do Bretas, a empresa passou a ser a última grande rede varejista de Minas Gerais na gôndola. Quem quiser entrar firme no estado, caso do Walmart, ou consolidar sua posição local, como a Cencosud, tem de passar na boca do caixa do Epa. A empresa tem 72 lojas, a maioria na Grande Belo Horizonte. Além disso, comprar a companhia significa incorporar não apenas uma, mas três bandeiras. O grupo é dono ainda da rede MartPlus, com sete lojas, e da ViaBrasil, com três pontos de venda. Além de chilenos e norte- americanos, o Pão de Açúcar também chegou a sondar a família Nogueira. No entanto, as conversas esfriaram um pouco por conta da malfadada investida de Abílio Diniz sobre o Carrefour. Segundo a fonte do RR – Negócios & Finanças, que está no centro das negociações, a Cencosud entrou na disputa com mais apetite do que o Walmart, não obstante já ter feito um investimento de peso em Minas Gerais há menos de um ano. O grupo chileno enxerga a compra do Epa como uma possibilidade de se tornar uma das maiores redes de supermercados do terceiro estado brasileiro e, de quebra, tirar um ativo da vitrine, impedindo o crescimento de um concorrente no estado.

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