Arteris circula por estradas cada vez mais esburacadas

  • 8/06/2015
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a€s vésperas do anúncio do novo programa de concessões, ao menos um grande grupo da área de infraestrutura já pode ser considerado carta fora desse baralho. A não ser que ocorra uma brusca guinada, a Arteris, uma das maiores operadoras rodoviárias do país, vai passar longe dos próximos leilões. No momento, a prioridade dos espanhóis não são as novas, mas as velhas concessões, que têm levado o grupo a uma preocupante situação financeira no Brasil. A Arteris vem encontrando dificuldades para arcar com os investimentos obrigatórios, fixados pelos respectivos editais de privatização: só para este ano, a conta passa dos R$ 2 bilhões. O cenário se agrava devido ao aumento dos custos de manutenção das estradas, que cresceram, em média, 30% nos últimos 12 meses. Segundo o RR apurou, diante das circunstâncias, o presidente da subsidiária, o espanhol David Antonio Almazán, chegou a solicitar a  matriz um aporte de capital, mas ficou de mãos abanando. O recado foi claro: a Arteris Brasil terá de caber dentro da Arteris Brasil. No setor, já há quem aposte que a empresa inevitavelmente precisará passar adiante algumas de suas concessões para fazer caixa e honrar seus compromissos. Ao todo, a companhia administra mais de três mil quilômetros no país. São nove rodovias, localizadas na Região Sudeste e em Santa Catarina A matemática não fecha. No mesmo período em que o asfalto, por exemplo, subiu 40%, a receita da Arteris cresceu apenas 5%, comparando- se os resultados do primeiro trimestre com igual intervalo no ano passado. A expectativa dos espanhóis era de que, já neste ano, a subsidiária respondesse por 25% do faturamento global do grupo. Agora, já se darão por satisfeitos se o índice permanecer nos 20% do ano passado. Pelo andar da carruagem, em poucos meses a companhia queimará quase que integralmente o caixa construído nos últimos três anos, período de vacas mais gordas. Já há alguns meses a Arteris vem dando sinais de retração no Brasil. O caso mais emblemático envolveu o leilão de “reconcessão” da Ponte Rio-Niterói. A empresa destacou um contingente de profissionais para trabalhar no projeto e entabulou mil e uma conversas com outros investidores para formar um consórcio. O próprio David Almazán comunicou ao ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, que o grupo era presença certa na disputa, mas, no dia da licitação, não passou nem na porta.

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