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Há pouco mais de dois anos, o Walmart causou celeuma ao incluir o Brasil em sua black list dos países com maior risco de corrupção. Pois a recíproca, ao que parece, é verdadeira. A julgar pelos fatos, as autoridades brasileiras poderiam perfeitamente adicionar a rede norte-americana não apenas ao índex das mais heterodoxas práticas corporativas, mas também ao ranking das piores empresas para se trabalhar no país. O Walmart está a s voltas com dois graves problemas que poderão esgarçar ainda mais a sua já puída imagem institucional no Brasil, afetada por equívocos estratégicos, fechamento de lojas e demissões. De um lado, a companhia deve concluir neste ano um relatório com base no processo interno aberto em 2012 para investigar suspeitas de suborno a funcionários públicos no país – a devassa envolve ainda as subsidiárias do México, China e andia; do outro, tem sido alvo de uma saraivada de ações trabalhistas. Os maus tratos denunciados pelos funcionários incluem assédio moral, jornada excessiva, péssimas condições de trabalho, humilhações coletivas e acusações sem provas. O mais ruidoso processo trabalhista contra o Walmart é originário de Alagoas. O Ministério Público do Trabalho do estado (MPT-AL) ajuizou uma ação que pede a condenação do grupo e da controlada Bompreço e o pagamento de uma multa de R$ 125 milhões. A rede varejista venceu o primeiro round: a Justiça de Alagoas determinou, em primeira instância, a extinção do processo. No entanto, o MPT-AL confirmou ao RR que já recorreu ao Tribunal Superior do Trabalho (TST). O MP constatou uma série de irregularidades no Walmart que perduram por mais de quatro anos. O pelourinho da rede norte-americana inclui prorrogação ilegal da jornada, intervalo para almoço inferior ao período previsto em lei, descumprimento da concessão de descanso semanal remunerado e exigência de atividades que vão além das condições físicas do funcionário. Aos olhos do MPTAL, mais estarrecedores ainda são os episódios de advertências constrangedoras diante dos colegas e acusações explícitas a operadores de caixa quando o gerente da loja identifica diferenças no borderô do dia. A direção do Walmart não está preocupada apenas com a ação do MPT-AL, mas também com o seu efeito estimulante sobre a força de trabalho no país. A turma do Arkansas – por coincidência, um dos estados confederados que lutaram contra o fim da escravidão na guerra da secessão – já teria rastreado outras “intentonas” trabalhistas em gestação no Brasil, mais precisamente em São Paulo e no Rio Grande do Sul. Procurado pelo RR, o Walmart informou que “possui políticas internas rigorosas que respeitam a legislação trabalhista vigente”. A rede varejista não quis comentar a informação sobre novos processos trabalhistas em outros estados. Como se não bastasse o acirramento nas relações trabalhistas, a tensão no Walmart cresce também a medida que avançam as investigações internas sobre denúncias de corrupção no Brasil. Segundo o RR apurou, os norte-americanos dispõem de evidências de que funcionários graduados do Walmart Brasil subornaram autoridades para acelerar a abertura de lojas. Há indícios também de pagamentos ilícitos recebidos por empregados da rede varejista para beneficiar determinados fornecedores. Consultado sobre os resultados das investigações internas, o Walmart não se pronunciou sobre o assunto.
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