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Petrobras blefa com fornecedor estrangeiro

  • 15/01/2015
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A Petrobras espera que parta do governo algum tipo de pacto capaz de liberá-la do grilhão que a impede de se relacionar normalmente com as empreiteiras. É necessário que um acordo mais amplo, envolvendo todas as partes – Judiciário, governo, empresas -, permita que a estatal seja ressarcida, que em alguns contratos haja mudança do prestador de serviço e que o setor seja redimido, pois alguns grãos não podem destruir todo o milharal. O estigma que hoje paira sobre a construção pesada é nocivo para o país sobre todos os aspectos, mas especialmente em função do monumental – e não há outro termo – programa de investimentos em infraestrutura previsto para os próximos anos. O governo está jogando dominó em um tabuleiro pedregoso. A decisão da suspensão das 23 empreiteiras citadas na investigação da operação Lava-Jato foi engendrada no Palácio do Planalto e aceita de bom grado pelo Conselho de Administração da Petrobras, pois configura uma ação enérgica para melhoria da imagem da empresa, além de colaborar bastante no projeto de sustentação no cargo da presidente da companhia, Maria das Graças Foster, pelo menos até a publicação do balanço do terceiro trimestre e divulgação das primeiras conclusões do relatório dos escritórios de advocacia contratados para análise do caso. Na hermenêutica do Planalto, a retirada de Graça a fórceps atinge diretamente Dilma e amplia o escândalo da Petrobras, pois caracterizaria o pleno conhecimento das falcatruas por toda a diretoria, e quiçá pelo Conselho. Por algum tempo, o menor possível espera-se. Graça fica e a indústria permanece em estado de sítio. Enquanto isso, urde-se um pacto, com a abrangência e mensagens necessárias para tirar o país dessa camisa de força. Portanto, há uma dosagem graúda de exibição midiática na interpretação de que a Petrobras vai abrir suas portas aos fornecedores estrangeiros. Alguns módulos urgentes poderão ser objeto de licitação exclusiva aos gringos. Faz parte da ópera. Mas até uma criança sabe que a continuidade dessa política tem um custo social tremendo para as empresas nacionais e incorrerá no tempo em impacto nocivo sobre o balanço de pagamentos. Os recursos da Petrobras são a seiva que permite as empreiteiras participarem do programa de concessões e parcerias público-privadas. É um blefe dizer que vai se ferir um setor representante de 5,9% do PIB, com 878 mil empregos diretos e indiretos, 9.200 empresas ativas e que participará de investimentos de R$ 886 bilhões até 2018 – um volume de recursos maior do que o PIB de qualquer país da América do Sul. O governo precisa dar um prazo a si mesmo e trazer os agentes a  mesa para dizer que a estatal está com seus controles fortalecidos, que as punições serão personalizadas e contratuais e não arbitradas como castigo das empresas, quando o principal castigado é o país. Já, já, estados e municípios sentirão na pele os efeitos da suspensão de pagamentos das empreiteiras. A Petrobras e o Brasil aguardam ansiosos o bendito pacto.

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