Telefonia é a carta-trunfo dos Correios para 2015

  • 11/11/2014
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Forte candidato a ficar exatamente onde está, o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro, terá como uma de suas prioridades tocar um antigo projeto escondido no fundo dos escaninhos da estatal: a criação de uma empresa própria de telefonia celular. A nova companhia funcionará na modalidade MVNO – Mobile Virtual Network Operator -, normalmente chamada de operadora virtual. Este tipo de formato prescinde a compra de outorgas ou mesmo a montagem de uma estrutura própria. Os Correios poderão fechar acordos de compartilhamento de rede com empresas de telefonia celular. Neste momento, os Correios estão em busca de um sócio para a empreitada, preferencialmente um grupo internacional com experiência neste tipo de serviço. Ressalte-se que a estatal chegou a assinar uma carta de intenções com a italiana Poste Mobile, que seria acionista majoritária da nova operadora. A empresa, responsável pelo serviço postal na Itália, detém 5% do mercado local de telefonia celular, com mais de três milhões de clientes. No entanto, o acordo foi desfeito recentemente. Consultados pelo RR, os Correios confirmaram o plano de entrada no segmento MVNO e também a desistência da Poste Mobile em participar do projeto. Diversas empresas, notadamente da área de varejo, como Carrefour e Pão de Açúcar, chegaram a estudar a criação de operadoras virtuais, mas o modelo MVNO ainda não pegou no Brasil. No caso dos Correios, as primeiras pinceladas deste projeto ocorreram em 2011. No entanto, por uma série de questões burocráticas e uma boa dose de falta de decisão política, o assunto foi envelopado. A intenção é colocar a operação na rua no segundo semestre de 2015. A estatal pretende aproveitar sua notória capilaridade: cada um de seus 12 mil postos de atendimento em todos os 5,5 mil municípios brasileiros é uma loja em potencial para a venda de assinaturas e aparelhos celulares. Estudos mais recentes elaborados pela empresa apontam a possibilidade de atingir a marca de 10 milhões de clientes nos primeiros cinco anos – a números de hoje, representaria um pouco mais de 3% de market share no segmento de telefonia celular.

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