Cencosud rearruma suas gôndolas no Brasil

  • 28/11/2013
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É mais fácil a candidata Evelyn Matthei tirar os 20 pontos percentuais de diferença para Michelle Bachelet e virar o jogo no segundo turno das eleições chilenas do que a Cencosud manter o frenético ritmo de investimentos que caracterizou sua atuação no Brasil. Depois de enfileirar cinco aquisições em seis anos, o grupo varejista chileno prepara-se para um 2014 de sacrifícios no país. Segundo informações filtradas junto a  Cencosud, o cardápio para o ano que vem inclui revisão do plano estratégico, um corte transversal nos custos operacionais e fechamento de supermercados pouco rentáveis. Os investimentos no Brasil devem ficar na casa dos US$ 80 milhões, cerca de 30% a menos do que neste ano. Para se ter uma ideia do que o valor representa, nos últimos três anos os chilenos investiram em média US$ 200 milhões no mercado brasileiro – cifra, ressalte- se, que não inclui as aquisições feitas no período. Segundo a mesma fonte, estariam previstas apenas dez inaugurações de lojas no país para 2014. Nos últimos anos, a companhia acostumou- se a abrir, ao menos, 20 pontos de venda por ano no Brasil. Eram tempos de carrinhos mais cheios no caixa da Cencosud. O Brasil tem dado a  Cencosud menos do que a Cencosud tem dado ao Brasil, pensam os chilenos ao confrontar os investimentos que já fizeram – quase US$ 2 bilhões em aquisições ? ao desempenho recente no país. Nos nove primeiros meses do ano, a rede varejista teria amargado uma queda da receita da ordem de 6% – o setor deve crescer 4% em 2013. A Cencosud guarda seus resultados a sete chaves e mais algumas trancas, mas, segundo a fonte do RR, o lucro em 2013 deve ser 20% menor do que no ano passado. Entre outros problemas, ainda pesam sobre os ombros dos chilenos os custos de incorporação dos supermercados Bretas, comprado em 2010 por aproximadamente US$ 800 milhões. A reestruturação da operação logística da rede mineira teria exigido um esforço redobrado da Cencosud. Além dos problemas locais, o recuo da Cencosud é reflexo também da queda dos resultados gerais do grupo. O ano não tem sido dos mais favoráveis aos chilenos. No primeiro semestre, o lucro global da companhia caiu 60% em relação ao mesmo período em 2012. Entre outros fatores, os resultados foram pressionados por perdas cambiais no Chile. Além disso, a compra dos ativos do Carrefour na Colômbia, fechada no ano passado, aumentou o nível de endividamento da Cencosud.

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