Carrefour Brasil dá início Á  dinastia Desmartis

  • 21/11/2013
    • Share

Le Roi est mort! Vive le Roi! A chegada do francês Charles Desmartis, escolhido para assumir a recémcriada presidência da holding Carrefour no Brasil, trouxe uma série de dúvidas (intervenção da matriz? guinada estratégica? venda de ativos?), mas também uma certeza para os demais executivos do grupo: o reinado de Luiz Fazzio, desde 2010 a  frente da rede varejista no país, está perto do fim. Na empresa, o que se diz é que a troca será consumada em março de 2014, quando Desmartis completará seis meses de Brasil e já estará minimamente aclimatado ao varejo nacional. A percepção entre os próprios dirigentes do Carrefour é que a tal presidência da holding, que os franceses tiraram da cartola há pouco mais de um mês, não passa de um cargo temporário, uma cadeira para aninhar Desmartis somente durante o processo de transição. Uma formalidade, diga-se de passagem. Na prática, o executivo já está dando as cartas no dia-a-dia da operação da rede varejista. O desembarque de Charles Desmartis no Brasil não foi o único golpe na gestão de Luiz Fazzio. Outras mudanças feitas pelos franceses acentuaram a percepção de esvaziamento do poder do executivo. Há pouco mais de um mês, ele deixou de responder pela divisão atacadista do grupo no país. A tarefa foi entregue a José Roberto Ma¼ssnich, ex-presidente do Atacadão. O executivo também vem se afastando gradativamente das discussões sobre o eventual IPO do Carrefour no Brasil. Fazzio, é bom que se diga, paga o inevitável preço da própria competência. Em três anos a  frente do Carrefour no Brasil, conduziu uma profunda reestruturação, com impacto dentro e fora da empresa. Mexeu em diversas áreas, ajustou o orçamento de ponta a ponta, deslocou interesses entre os executivos, bateu de frente com fornecedores, enfim, fez tudo que os franceses esperavam dele. Mas as corporações têm suas razões políticas. Bons resultados não falam tão alto quanto parece.

Leia Também

Todos os direitos reservados 1966-2024.