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Acervo RR
Antes mesmo de sua posse, o governador eleito do Paraná, Beto Richa, já bateu o martelo quanto ao futuro da Compagas. A empresa vai ser privatizada. A informação foi confirmada ao RR Negócios & Finanças por um dos principais colaboradores de Richa e nome quase certo na futura equipe de governo. O projeto passa por uma série de etapas, que servirão como ponte para o objetivo-fim: a venda do controle da distribuidora para um acionista privado. A operação prevê o IPO da Compagas, que deverá ser realizado ainda no primeiro semestre de 2011. Um esboço já elaborado pelos assessores de Beto Richa estabelece a oferta de até 25% do capital. Este é um ponto nevrálgico para a reestruturação, devido a s complexas costuras políticas que terão de ser feitas. Estas articulações envolvem o próprio governo federal, por conta da presença da Petrobras no capital da Compagas. Ao lado da Mitsui Gás, a Petrobras é um personagem importante em todo este enredo. O governo do Paraná depende de um acordo com as duas empresas para levar adiante a oferta de ações da Compagas. Detentoras de 49% do capital total, Petrobras e Mitsui terão de concordar com a diluição de suas respectivas participações. O Estado, representado pela Copel, está no limite do limite do controle da Compagas, com 51% das ações. Não tem, portanto, qualquer margem de manobra para o IPO. Por esta razão, o futuro governador do Paraná terá de convencer a Petrobras e a Mitsui de que vale a pena abrir mão de um naco considerável de suas ações em troca de uma participação em uma empresa capitalizada e com maior capacidade de investimentos. Em contrapartida, Richa deverá levar na outra mão um novo acordo de acionistas, que garanta a estatal federal e a trading japonesa o direito de nomear diretores e ter voto nas decisões estratégicas. Ou seja: na prática, a privatização da Compagas vai começar antes mesmo da venda dos 51% em poder da Copel. Beto Richa está convencido de que a empresa é um fardo pesado demais para os cofres do Estado e, mais precisamente, para a Copel. Por conta deste entroncamento societário entre as duas estatais, a empresa de energia elétrica precisa alocar na distribuidora de gás recursos do seu próprio orçamento. Há ainda um agravante: a Petrobras e a Mitsui não estariam acompanhando proporcionalmente o aporte feito pela Copel.
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