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Trump usa aparelho de Estado americano a serviço dos interesses políticos de Bolsonaro

  • 21/02/2025
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Donald Trump está fazendo política dentro do Brasil. O processo contra o ministro Alexandre de Moraes em um tribunal federal na Flórida movido pela Trump Media & Technology Group, da qual o presidente norte-americano é sócio majoritário, é apenas a ponta mais visível dos movimentos de Trump. O RR apurou que a cooperação militar e dos serviços de inteligência norte-americanos com o clã Bolsonaro não apenas vem se intensificando como já tem uma importante agenda prevista para abril.

O híbrido de lobista e ideólogo Steve Bannon deverá vir ao país para um encontro com a família e agregados do primeiro time. Bannon já não ostenta o poder do passado, mas reza o mesmo credo de Trump e tem trânsito na Casa Branca. E é sempre uma referência para os Bolsonaro: na última quarta-feira, por exemplo, Eduardo Bolsonaro postou em suas redes um discurso de Bannon dizendo que Bolsonaro será assassinado na cadeia, caso seja preso.

É nesse contexto que o clã busca ampliar o alinhamento e iniciar o conhecimento das mudanças na alta burocracia dos Estados Unidos com o retorno de Donald Trump à presidência. Trump fez uma limpeza na CIA e no FBI, trocando os mandantes de cada uma das agências. Eduardo Bolsonaro, que tem notório acesso ao presidente norte-americano e a auxiliares no departamento de Estado, já estaria sendo apresentado aos novos titulares da CIA e FBI.

O RR apurou ainda que as duas agências acompanham acuradamente a decisão do Congresso em relação à anistia dos envolvidos na tentativa de golpe do dia 8 de janeiro de 2023.

O mês de abril é tratado como um starting point para que alguma iniciativa seja adotada, o que pode ser dar por meio de declarações ou manifestações de apoio ou até mesmo a adoção de ações na área econômica favoráveis ao Brasil, que seriam capitalizadas pela família Bolsonaro como uma conquista sua e não do governo Lula. Nesse sentido, a ação contra o inimigo figadal Alexandre de Moraes foi recebida entre os Bolsonaro como um sinal do colaboracionismo de Donald Trump por meio das mais diversas frentes. Trump está disposto a interferir no ambiente político brasileiro seja valendo-se do próprio aparelho de Estado norte-americano, seja por meio de suas empresas.

A Trump Media & Technology Group afirma que se juntou à plataforma de vídeos Rumble para entrar com “uma ação judicial para impedir as tentativas do juiz da Suprema Corte brasileira, Alexandre de Moraes, de forçar o Rumble a censurar contas pertencentes a um usuário brasileiro baseado nos Estados Unidos”.

Nesse contexto de cooperação explícita entre os Bolsonaro e Donald Trump, um fato aparentemente isolado merece atenção. A revista da Sociedade Militar, uma publicação restrita a poucos, divulgou que o site oficial do Exército dos EUA publicou, em 25 de janeiro, um artigo inteiro sobre a atuação do coronel brasileiro Sergio Reis Matos como oficial de ligação entre os dois países.

O texto destaca que Matos tem uma presença marcante na cooperação militar entre Brasil e Estados Unidos. “O alinhamento militar com os Estados Unidos se mantém em um contexto político peculiar. Enquanto o governo brasileiro mantém uma postura crítica em relação a Trump e busca se distanciar de sua retórica, os militares brasileiros, por outro lado, seguem aprofundando laços institucionais e operacionais com as Forças Armadas dos EUA, que, durante a gestão Trump, tendem a ter um papel central na defesa dos interesses dos Estados Unidos no hemisfério sul.”

Sem dúvida, são alhos e bugalhos. Uma coisa não tem a ver com a outra. Ou tem? De qualquer maneira, a conjuntura é favorável a interpretações e teorias conspiratórias. Nada disso parece impedir o namoro em praça pública de Trump e Bolsonaro.

A revista da Sociedade Militar informa que, desde julho de 2023, Matos atua como Oficial de Ligação da Nação Parceira (PNLO) junto ao Exército norte-americano, sendo um dos quatro representantes militares latino-americanos no Comando Sul da Força dos EUA. Sua missão é fortalecer a parceria histórica entre Brasil e Estados Unidos, promovendo a interoperabilidade militar e a realização de operações conjuntas. “É imperativo reconhecer os 200 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos.

Minha posição aqui demonstra o compromisso em aprimorar essa relação histórica e aumentar a interoperabilidade entre nossos exércitos”, afirmou o coronel Matos.

#Donald Trump #Jair Bolsonaro

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