O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, mantém muita força política e tem “o ouvido” de Lula, tanto por questões de articulação quanto pelo desejo do presidente de alavancar investimentos.
Ao mesmo tempo. a decisão da Petrobras de pagar 50% dos dividendos aos acionistas revela uma “retomada” de Jean Paul Prates. Talvez mais importante, evidência que Haddad trabalha, sim, em prol do presidente da Petrobras.
Pode fazê-lo de maneira “low profile” e evitando a imagem de uma batalha dentro do governo (envolvendo ainda o ministro da Casa Civil, Rui Costa), mas apoia.
Lira trabalha pela reforma, mas com jogo duro
Haddad começa a regulamentação da Reforma Tributária na ofensiva, seguindo as diretrizes de Lula, com afagos a atenção ao Congresso, além de forte posicionamento na mídia e nas redes sociais.
O movimento, bem executado, se soma às dificuldades nos movimentos de uma oposição que “sentiu” o baque do eterno pragmatismos de Arthur Lira e da adesão abaixo do esperado no ato do fim de semana, capitaneado pelo ex-presidente Bolsonaro.
O presidente da Câmara vai atuar pela aprovação dos projetos, mas não pretende fazer da tramitação um “passeio” do Planalto. O objetivo é garantir – e mostrar – sua relevância em cada etapa, mesmo que evitando bater de frente com Haddad.
É esse o sentido da “resistência” em indicar para a relatoria dos projetos na Câmara o deputado Aguinaldo Ribeiro, que teve o cargo durante a aprovação da reforma, ano passado, e mostrou intensa articulação com a Fazenda.
O mercado amanhã
Os números do IPCA-15 de março, no Brasil, e do PCE mensal dos EUA em março, amanhã, podem contribuir para melhorar as expectativas do mercado, após uma quinta feira de pessimismo quanto à queda de juros dos EUA.
A reação, entretanto, pode ter subvalorizado o impacto das mais fortes demonstrações, em um bom tempo, de desaceleração estrutural da economia norte americana, com os números do PIB no primeiro trimestre bem abaixo do previsto. A conferir.