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Política externa
Uma pauta relevante para o agronegócio está na mesa das negociações bilaterais entre Brasil e Paraguai. O governo Lula trabalha para liberar a circulação de caminhões brasileiros do modelo bitrem no país vizinho. As tratativas, digamos assim, ordinárias têm sido conduzidas pelo Itamaraty e pelo Ministério dos Transportes. Mas no próprio Palácio do Planalto, o entendimento é que o assunto exige uma interlocução “extraordinária”, ou seja, gestões diretas do próprio presidente Lula junto ao seu colega paraguaio, Santiago Peña.
Os caminhões bitrem estão proibidos de cruzar a fronteira desde 2019. Com aproximadamente 30 metros de comprimento, sete eixos e peso bruto de até 57 toneladas, os veículos são usados, sobretudo, para o transporte de grãos. A interrupção do fluxo representa um razoável prejuízo para o agro brasileiro, por ter restringido as possibilidades de distribuição de produtos no Mercosul em maior escala. Se os danos aos produtores rurais já são expressivos a valor presente, o tamanho da perda será ainda maior no futuro, caso o Paraguai mantenha a proibição.
Até 2025 deverão ser concluídas as obras de implantação da Rota Bioceânica, que abrirá um corredor logístico para o agronegócio brasileiro até o Pacífico. Serão 3,4 mil quilômetros entre o Porto de Santos e as cidades chilenas de Iquique e Antofogasta. A Rota Bioceânica atravessará o território paraguaio, o que torna fundamental a liberação para a circulação de caminhões bitrem, tanto em termos de custos quanto de tempo. Estima-se que o novo corredor logístico reduzirá em até 15 dias o período necessário para a chegada de grãos brasileiros à Ásia.
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