Tag: Avibras
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Destaque
Quem tem mais cartas na mão (ou na manga) para ficar com a Avibras?
21/11/2024O processo de venda da Avibras tornou-se uma mesa de pôquer, com poucas cartas à mostra e uma boa dose de blefes. A chinesa Norinco, que já era dada como um jogador fora da disputa, está tentando voltar ao game por um caminho curioso. Os asiáticos têm feito gestões junto ao BNDES. No último dia 9 de outubro, dois diretores da Norinco no Brasil, Dagoberto Porto e Walter Haddad, estiveram reunidos com o próprio presidente do banco, Aloizio Mercadante.
A princípio, a investida dos chineses soa como um contrassenso, uma vez que o BNDES recebeu do governo a missão de costurar a negociação da Avibras para uma empresa brasileira. No entanto, os representantes da Norinco sinalizaram que o grupo aceitaria ter uma participação minoritária em um consórcio liderado por capital nacional. Seria uma forma de quebrar a resistência de vários setores do governo, a começar pelas Forças Armadas, à transferência do centro de decisões de uma Empresa Estratégica de Defesa (EED) para o exterior.
No entanto, a boa vontade da Norinco – um mega conglomerado industrial que, além de equipamentos de defesa (sistemas de ataque de precisão, armas anfíbias, armas de supressão de longo alcance, sistemas antiaéreo e antimísseis etc.), fabrica automóveis, caminhões, máquinas, produtos químicos – é vista com reservas no governo. Não parece fazer sentido que o grupo entre no negócio e coloque dinheiro na Avibras para ficar com uma posição subalterna. De boas intenções, Pequim está cheia.
Segundo uma fonte, há um receio em determinados segmentos das Forças Armadas de que um eventual sócio brasileiro, ainda que formalmente majoritário, na prática não passe de um mero figurante, cabendo aos chineses dar as cartas na Avibras. Trata-se de uma preocupação pertinente, até porque a negociação de venda da companhia brasileira virou um estranho jogo de esconde-esconde.
Nas últimas semanas, surgiu um candidato “mascarado” à compra da Avibras. Em tese um grupo brasileiro até agora sem nome e com um rosto só: o de Carlos Fortner, que presidiu os Correios no governo Temer.
Na última terça-feira, Fortner se reuniu com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, que representa os trabalhadores da empresa. Foi a sua segunda visita à entidade em duas semanas. Em ambas, promessas de que a compra da Avibras está perto de ser fechada e que todos os débitos trabalhistas serão quitados.
Tudo pelas mãos do tal investidor “brasileiro”. Pode ser. A questão é que nacionalidade se tornou uma variável difusa na venda da Avibras. O investidor representado por Fortner tanto pode ser efetivamente nacional quanto ter outras colorações com uma leve camada de verde e amarelo por cima. Além da Norinco, nas últimas semanas surgiram notícias do interesse do fundo soberano da Arábia Saudita de comprar a fabricante brasileira de equipamentos de defesa.
Outro candidato citado é a australiana DefendTex. Em nota à imprensa, divulgada após a reunião de terça-feira entre Fortner e o Sindicato, a Avibras confirma as tratativas com “investidor brasileiro”, sem citar qualquer nome. Afirma que ambos “estão plenamente empenhados e confiantes na conclusão da transação, que poderá marcar o fim do processo de recuperação e o início de uma nova fase de crescimento para a companhia”.
Em contato com o RR, quando perguntada especificamente sobre as negociações com outros investidores, nacionais e estrangeiros, a Avibras não se manifestou.
A solução ideal para o governo Lula e o estamento militar ainda é a fusão da Avibras com outra empresa nacional do setor. A principal candidata é a Akaer, especializada no desenvolvimento de tecnologias e equipamentos para a área de defesa, especialmente o setor aeroespacial.
Há uma peculiaridade que conta ainda mais a favor da empresa. Em 2023, a Akaer voltou a ser uma companhia 100% brasileira. Por meio da Connectus Gestão e Participações, o acionista controlador Cesar Augusto Teixeira Andrade e Silva recomprou os 42,21% que estavam nas mãos da sueca Saab. A Akaer tem interesse em incorporar a Avibras, mas seu apetite estaria condicionado a um apoio financeiro do BNDES.
Entre cartas viradas de cabeça para baixo e blefes, a Avibras definha à espera de um novo investidor. Os funcionários não recebem salários há 19 meses. Em estado de greve desde setembro de 2022, os próprios trabalhadores chegaram a propor que o governo assumisse a empresa. Não colou. Em recuperação judicial, a companhia, controlada por João Brasil Carvalho Leite, filho do fundador, João Verdi Carvalho Leite, carrega um passivo de mais de R$ 600 milhões.
Quase metade corresponde a dívidas com o próprio governo, de débitos tributários a financiamentos contraídos junto a BNDES, Finep e Banco do Brasil. A erosão da Avibras se manifesta ainda em outros pontos. Fontes que visitaram a fábrica de Jacareí ficaram alarmadas com a obsolescência e a degradação do parque industrial.
Além disso, nos últimos anos, a empresa perdeu muito do seu capital humano, notadamente engenheiros de ponta, para outras companhias da área de defesa, especialmente a Mac Jee, que iniciou um programa espacial em parceria com a Força Aérea.
Ciência
Programa Espacial Brasileiro insiste em não sair do chão
19/07/2024O Programa Espacial Brasileiro, a cargo do Ministério da Ciência e Tecnologia, está mais para “Programa Terrestre Brasileiro”. O projeto de desenvolvimento do VLM-1 – o novo Veículo Lançador de Microssatélites – vai sofrer mais um atraso. O teste em laboratório do motor S50, previsto para o mês de julho ou agosto, só deve ocorrer em 2025, segundo informações colhidas pelo RR. Com o adiamento, são reduzidas as chances do VLM-1 realizar sua primeira missão no primeiro trimestre de 2027, como estava programado.
Questionado, o Ministério confirmou a informação. Segundo a pasta, “estava previsto para junho de 2022 a realização do segundo Tiro em Banco do Motor S50, finalizando o processo de testes em solo. Este marco permitiria que o motor subsequente fosse testado em voo pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE).Contudo, a AVIBRAS, empresa contratada para fornecer os Motores S50 ao IAE, declarou recuperação judicial em março de 2022. Este fato impactou significativamente o cronograma do projeto, resultando em um atraso estimado em 36 meses na entrega dos motores contratados. Assim que a AVIBRAS retomar suas atividades fabris, será necessário um mês para a entrega do motor ao IAE. A partir daí, o IAE levará 80 dias úteis (aproximadamente 4 meses) para realizar a gamagrafia, instrumentação, integração e testes até o segundo Tiro em Banco. Em virtude da atual situação da empresa e das indefinições quanto ao término da greve geral, é prudente considerar que este segundo teste está previsto para ocorrer em 2025.”
Mercado
Alemã Rheinmetall negocia compra da Avibras
17/03/2023A empresa de armamentos alemã Rheinmetall está na pole position para a aquisição da Avibras. Segundo o RR apurou, o negócio pode ser fechado a qualquer momento. Será a primeira incursão dos alemães na área de defesa no Brasil. O grupo já atua no país por meio do seu braço para a indústria automobilística, a MS Motorservice. De acordo com as informações apuradas pelo RR, outras empresas internacionais da área de defesa chegaram a olhar a Avibrás. Controlada pelos herdeiros de João Verdi de Carvalho Leite, a companhia vive uma severa crise financeira. Em recuperação judicial – a segunda no intervalo de 15 anos -, a empresa tem uma dívida superior a R$ 500 milhões. No ano passado, demitiu mais de 400 funcionários. Consultada pelo RR, a Avibras confirmou que seus “acionistas estão em busca de parceiros estratégicos que possam capitalizar a empresa.” A companhia informou também que há vários interessados, mas nenhuma transação ocorreu até o momento”
Estima-se que atualmente mais de 80% da receita da companhia venham das exportações. Ainda assim, historicamente a Avibrás é quase um braço das Forças Armadas. A tal ponto que o governo Bolsonaro chegou a discutir até mesmo a possível incorporação da companhia pela Aeronáutica ou uma fusão com a Imbel, fabricante de armamentos do Exército brasileiro – conforme o RR noticiou. Em seu contato com o RR, a própria Avibras fez questão de dizer que “O governo brasileiro acompanha de perto a evolução dos acontecimentos.”, em referência às negociações para a venda do controle.
A Rheinmetall tem o calibre necessário para conduzir a reestruturação de que a Avibras precisa. Trata-se de um conglomerado com fábricas em 33 países, a maior parte na Europa. Nos últimos meses, o grupo vive um momento de prosperidade: as encomendas de equipamentos bélicos dispararam na esteira da Guerra entre Rússia e Ucrânia. Desde o início do conflito, em fevereiro do ano passado, suas ações subiram mais de 150%. Entre outros armamentos, a Rheinmetall fabrica os tanques Leopard que países europeus aliados do presidente Volodymyr Zelensky têm enviado para a Ucrânia. A própria empresa alemã já anunciou planos de instalar uma fábrica em território ucraniano para produzir até 400 tanques de batalha modelo Panther por ano.
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Crise da Avibras deixa militares em estado de alerta
5/05/2022Uma fonte da cúpula militar informou que a crise financeira da Avibras está sendo discutida nas esferas mais altas das Forças Armadas. Entre o oficialato, cresce o entendimento de que muito provavelmente o governo terá de atuar na busca de soluções para a empresa controlada pelos herdeiros do empresário João Verdi de Carvalho Leite. De acordo com a mesma fonte, há pelo menos três cenários sobre a mesa. Uma das hipóteses seria pendurar a Avibras na Embraer Defesa, movimento este que teria de contar com algum apoio financeiro do Estado.
Outra ideia seria empurrar a companhia para dentro da Aeronáutica. A terceira possibilidade aventada é uma fusão da Avibras com a Imbel (Indústria de Material Bélico do Brasil), transformando a empresa em uma subsidiária do Exército. Ou seja: as duas últimas propostas passam pela estatização da Avibras, com a sua incorporação pelas próprias Forças Armadas. Ainda que sob o guarda-chuva do Estado, uma possível fusão com a Imbel não seria nada muito diferente do que acontece na indústria de Defesa, em que há um processo de consolidação – vide a associação entre Taurus e CBC.
Procurados pelo RR, o Exército e a Aeronáutica não se pronunciaram. Avibras e Embraer também não se manifestaram. A atenção dos militares à questão é proporcional à importância dos projetos tocados pela Avibras para as Forças Armadas. Há uma preocupação de que a situação delicada da empresa afete o ritmo de entregas de encomendas para a corporação. Entre outros, a Avibras é responsável por um dos principais programas de modernização da área de Defesa, o Astros 2020, novo sistema de artilharia e mísseis do Exército Brasileiro. Dividido em várias etapas, o projeto prevê entregas até o ano que vem. Entre os militares existe também o receio de que a crise da Avibras possa provocar um efeito-cascata sobre outros players da indústria brasileira de Defesa, dado o ecossistema de fornecedores que orbitam ao seu redor.
A relevância da Avibras para o setor passa ainda pelo capital humano. A empresa tem um importante papel na formação de quadros técnicos para a área de Defesa. Outro fator que aumenta a preocupação das Forças Armadas em relação à Avibras é a recorrência com que a empresa enfrenta turbulências financeiras. Nos últimos 30 anos, a companhia atravessou praticamente uma grande crise por década. No início dos anos 90, chegou a pedir concordata. Em 2008, entrou em recuperação judicial, que durou dois anos. Em março deste ano, com uma dívida da ordem de R$ 570 milhões, protocolou novo pedido de recuperação judicial. Além disso, suspendeu o contrato de trabalho de 570 funcionários.
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Avibras busca munição no BNDES
17/04/2017Ao menos um setor da economia não tem mais motivos para atirar contra o BNDES e sua contida política de crédito. Que o diga a Avibras, que saiu na frente e já mantém gestões com o banco para ter acesso à linha de crédito recém criada pela instituição com o objetivo de financiar exportações da indústria de defesa. A companhia tem novos pedidos engatilhados para o fornecimento dos lançadores de foguetes Astro II e Astros 20, notadamente para países da Europa e do Oriente Médio.
O valor potencial dos contratos gira em torno dos US$ 200 milhões – cada equipamento custa, em média, de US$ 8 milhões a US$ 10 milhões. O BNDES é peça-chave da estratégia do governo para aumentar a inserção da indústria bélica brasileira no mercado global, que inclui um esforço integrado das representações diplomáticas. A Avibras é muito bem cotada no exterior, sobretudo na produção de munição de fragmentação, que tem alto poder destrutivo.
O Brasil não assinou a Convenção sobre Munições Cluster (CMM), de 2008 – mais de cem países baniram a fabricação deste tipo de projétil. Não por acaso, a Avibras está sempre na linha de tiro de organizações antiarmamentistas. Recentemente a Anistia Internacional anunciou ter encontrado munição de fragmentação da empresa brasileira em ataques do Exército da Arábia Saudita contra o Iêmen.
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Diplomacia
17/03/2015A direção da Avibras está extremamente preocupada com o estremecimento das relações entre o Brasil e a Indonésia. A empresa teme pelo contrato de R$ 1 bilhão com o país asiático para a venda de lançamísseis. Consultada, a Avibras informou que “as relações comerciais com a Indonésia estão dentro da normalidade”.