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Política
O clã Bolsonaro saiu vazando ontem que o convite a Eduardo Bolsonaro para comparecimento à cerimônia de posse de Donald Trump já está confirmado – e seria extensivo ao próprio Jair Bolsonaro se ele não estivesse com seu passaporte retido pelo STF. Pode haver alguma coisa mais esdrúxula? Pode. Os bolsonaristas afirmam que existem negociações para emplacar Eduardo como conselheiro formal do governo Trump para assuntos referentes à América do Sul, uma espécie embaixador plenipotenciário dos EUA na região. Os Estados Unidos permitem a dupla cidadania. Portanto, o país de origem do “03” não seria um empecilho. O interlocutor notório do clã é o já nomeado Secretário de Eficiência – que muito pode ser um cargo equivalente ao de Secretário de Estado -, Elon Musk. Este certamente não desgostaria da ideia. Musk é próximo de Jair Bolsonaro e se posicionou publicamente em diversas vezes apoiando o ex-presidente. Imagine só tratar a Venezuela e o Brasil como uma coisa só. Noves fora algum exagero, seria esse o encargo do embaixador plenipotenciário dos EUA na região, unificar a chancelaria na área, o que daria bem a ideia da importância de que Trump confere aos países da América do Sul.
Quem com ferro é ferido com ferro fere. Em 2019, no início do mandato, Jair Bolsonaro cogitou nomear Eduardo Bolsonaro para o posto de embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Desistiu antes do óbvio veto do Senado Federal. À época, a simples especulação já foi algo escalafobético. Agora, a aprovação do nome do deputado federal como um híbrido de conselheiro político e embaixador pode significar algo ainda pior. A aludida possibilidade de Eduardo ser o diplomata do governo Trump na América do Sul tem lugar no topo do ranking das bizarrices.
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