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As paredes da Crefisa sabem o quanto os executivos da financeira alertaram o empresário José Roberto Lamacchia sobre os riscos de pisar em novos gramados. Se, por um lado, o milionário e recém-fechado patrocínio ao Palmeiras deverá garantir uma exposição na mídia que a companhia jamais teve, por outro, traz a reboque um efeito colateral: a ameaça de lançar luz sobre o telhado de vidro de Lamacchia. Nos últimos anos, o empresário vem protagonizando alguns episódios rumorosos. Em 2012, foi citado na Operação Pouso Forçado, deflagrada pela Polícia Federal e pela Receita para apurar sonegação de impostos na compra de jatinhos. Agora, o dono da Crefisa tem nos seus calcanhares o Ministério da Educação (MEC). A Faculdade das Américas (FAM), controlada por Lamacchia, é acusada de tentar jogar uma bola entre as pernas do MEC e oferecer curso de Medicina na unidade de São Bernardo do Campo sem autorização da Pasta – apenas o campus de São Paulo estaria licenciado para tal. Lamacchia, aliás, não faz por menos: a FAM também deverá patrocinar o Palmeiras. Parafraseando o saudoso Vicente Matheus, lendário presidente do arquirrival Corinthians, exposição é uma faca de “dois legumes”. O temor dos executivos da Crefisa é que o tiro saia pela culatra e o patrocínio ao Palmeiras acabe custando a empresa bem mais do que os R$ 23 milhões previstos em contrato. Ressalte- se que a financeira vive um momento de extrema prosperidade. Nos últimos anos, sua carteira de crédito tem crescido, em média, 20%. Como empresta para clientes negativados, enxotados por bancos e congêneres, a empresa tira proveito dos momentos de repique da taxa de inadimplência. Ou seja: para a Crefisa, quanto pior, melhor. A assertiva, no entanto, não se aplica a sua reputação, nem a de seu acionista controlador.
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