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Como um executivo consegue ter tanta ascendência sobre um punhado de três dezenas de sócios de uma das maiores distribuidoras de medicamentos do país? O ator principal desse misterioso enredo é o diretor de relações com investidores da gaúcha Dimed, Roberto Coimbra. Nos corredores da empresa, a impressão clara é que ele tem todos os sócios em suas mãos. O executivo é uma espécie de general Golbery do Couto e Silva da companhia. Julio Mottin, presidente do conselho de administração, CEO e maior acionista da Dimed, por exemplo, se comporta como um subordinado de Coimbra. Sua fama já correu o mundo. Antes mesmo de se aproximar do grupo para tratar da compra da rede de farmácias Panvel, controlada pela Dimed, a norte-americana Walgreens – ver RR 5.033 – procurou especificamente o doutor Coimbra. O “poderoso” apresentou o negócio ao conselho e recebeu mandato pleno para conduzir a venda da Panvel. Pois bem. É ele quem está centralizando as conversas sem prestar conta aos acionistas. A desenvoltura de Coimbra tem provocado a resistência de fundos de participações que detêm juntos em torno de 15% do capital da distribuidora. Por trás dos panos, estaria em gestação uma disputa para que esses fundos tenham mais voz e vez na gestão da empresa, que, apesar de ter o seu capital bastante pulverizado – com o maior sócio tendo apenas 12% das ações – é tratada como se fosse um assunto familiar. Julio Mottin gostaria de alterar o balanço de forças na companhia, aproximando-se mais dos fundos. Porém, sua subordinação a Coimbra parece falar mais alto do que seu interesse.
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