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A Mitsui já se enxerga como a empresa-espelho da Petrobras no Sul do Brasil. Está em curso uma negociação que poderá transformar o grupo japonês em sócio das três distribuidoras de gás da região, controlador de um dos maiores gasodutos do país e acionista de uma nova planta de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL). Em todos os casos, quem olhar para a Mitsui verá refletida a imagem da estatal, e vice-versa. O ponto de partida é o Rio Grande do Sul. A Mitsui articula a compra de parte das ações da Petrobras na Sulgás – a estatal é dona de 49% da companhia. A operação envolve a transferência de até 20% da distribuidora gaúcha, controlada pelo governo do estado. O negócio permitiria a Mitsui fincar bandeira nas três concessionárias de gás da Região Sul, uma condição que hoje pertence exclusivamente a Petrobras, sua sócia na paranaense Compagás e na catarinense SCGás. A entrada da Mitsui no capital da Sulgás está vinculada a outras duas importantes negociações. A Petrobras vislumbra no interesse dos japoneses a oportunidade de fisgar um sócio para dois projetos que há anos repousam sobre sua prancheta: a instalação de uma planta de regaseificação de GNL no Paraná e, sobretudo, a construção de um gasoduto para atender aos três estados da região. Ao se associar também a Sulgás, a Mitsui passará a ser mais do que candidata natural ao negócio; sua participação nos dois empreendimentos se tornará quase que obrigatória. A trading japonesa terá motivos de sobra para se unir a Petrobras com o intuito de equacionar os problemas que cercam o abastecimento de gás no Sul do país. A capacidade de entrega do insumo por meio do gasoduto Bolívia-Brasil, principal fonte de suprimento na região, está no limite do limite. A situação é ainda mais delicada no Rio Grande do Sul. O Gasbol só tem condições de entregar 2,8 milhões de metros cúbicos por dia, e este volume já está totalmente contratado pela Sulgás. E, ainda assim, há uma demanda reprimida pelo insumo equivalente a 40% deste volume. Ou seja: na mais conservadora das hipóteses, considerando-se apenas o atual déficit no abastecimento, o Rio Grande do Sul precisa de praticamente de “meio Gasbol”. A construção do pipeline e a instalação de uma unidade de regaseificação em torno de quatro milhões de metros cúbicos dia dariam uma folga mais do que confortável para atender a todos os estados da região. Ou seja: ao que tudo indica, Mitsui e Petrobras têm um tríplice encontro marcado.
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