Só tem marcha a ré na caixa de câmbio da Volvo

  • 6/02/2015
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A Volvo enfrenta um dos períodos mais duros em seus 38 anos no Brasil. Parece não haver freio para as medidas contracionistas adotadas pela montadora, mais precisamente na fábrica de Curitiba. Os suecos estudam emendar uma segunda paralisação ao período de férias coletivas iniciado em janeiro. Caso a nova parada se confirme, a fábrica paranaense poderá ficar até 60 dias sem produzir um único caminhão ou chassis de ônibus. A direção da Volvo avalia ainda outra drástica manobra: a extinção de todos os postos de trabalho temporários na planta de Curitiba. No fim do ano passado, a companhia demitiu cerca de 200 empregados. Restam ainda 150 sobreviventes sob regime de admissão temporária. Metalúrgicos do Paraná pressionam a companhia e prometem uma greve de grandes proporções caso as novas dispensas se confirmem. No entanto, fontes ligadas a  Volvo afirmam que a ameaça dos líderes sindicais não será capaz de demover os dirigentes da montadora. Como, aliás, não impediu que, nos últimos dois anos, a companhia tenha fechado cerca de 400 vagas na capital paranaense. Os cortes da Volvo no Brasil não se restringem a s novas demissões. Os suecos deverão promover uma razia em seu plano de investimentos no país. Na empresa, fala-se num corte de até 40% sobre o orçamento de US$ 300 milhões originalmente previsto para este ano. A decisão colocaria em xeque o lançamento de uma nova linha de caminhões leves e médios no mercado brasileiro. Afetaria também o projeto de ampliação da rede de revenda, atualmente composta por cerca de 100 concessionárias. As vendas de caminhões da Volvo no Brasil – que começaram 2014 a 100 por hora – viraram o fio a partir de junho. Resultado: a montadora fechou o ano com uma queda de quase 10% na comercialização de modelos pesados e semi-pesados. Foi exatamente neste segundo segmento que a marcha a ré mais doeu para os suecos. O avanço das vendas de semi-pesados em 2012 e 2013 permitiu a  montadora ampliar seu market share e tirar da Ford o terceiro lugar no mercado brasileiro de caminhões.

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