O nome do “cara” Alexandre Antonio Tombini

  • 24/01/2014
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O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, é a própria discrição em pessoa. Acorda todos os dias ansioso para acompanhar se o seu nome foi citado nos jornais. Nos últimos tempos, a última coisa que deseja ver publicada são especulações sobre sua indicação para o lugar de Guido Mantega. In- gênua esperança! Nos círculos palacianos já se dá como certa sua ida para a pasta da Fazenda. Trata-se de assunto a ser desmentido de véspera pelos diligentes assessores do governo. Primeiramente, porque Dilma Rousseff pretende pres- tigiar seu ministro até o último dia do governo. Com todas as trapalhadas cometidas no percurso, em dezembro deste ano Mantega terá cumprido lealmente, durante três mandatos presidenciais, sua missão de adjutor de Lula e Dilma. Em segundo, porque é consenso que uma mudança na Fazenda em meio ao processo eleitoral produziria uma espuma indesejável. Mantega tem prazo de validade, mas este não pode vencer no atual calendário. Tombini é uma solução a  feição de Dilma, sem marola, nem marolinha. Com a vantagem de acenar com um agrado aos mercados, novos onipotentes senhores da História. A ideia é que o novo ministro da Fazenda traga um discurso de “austeridade serena”, com firme sinalização de disciplina fiscal. O presidente do BC, conforme exemplo de seu ante- cessor, Henrique Meirelles, seria eleitor relevante na indicação do futuro comandante da autoridade monetária. Nada mais desejável do que a dobradinha da área econômica tocando, afinadíssimos, a mesma partitura. Os nomes mais prováveis são os do diretor de Política Econômica, Carlos Hamilton Vasconcelos de Araújo, e do diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporati- vos, Luiz Awazu Pereira da Silva. Cada um deles, é cla- ro, tem vantagens e desvan- tagens. Carlos Hamilton é considerado o “falcão” da atual diretoria do BC. Fez doutorado em economia na Escola de Pós-Graduação em Economia da FGV e não transige com a inflação. Seria um recado de que o BC atuaria de forma ainda mais dura. Por outro lado, exigiria que o “ministro Tombini” estivesse muito forte para contribuir com a contrapartida do lado fiscal. Luiz Awazu, por sua vez, tem a seu favor um bom trânsito entre petistas. Estudou na Sorbonne e tem um leve perfume de heterodoxia. Os adversários, contudo, dizem que Awazu não tem estatura para ser presidente do BC. E o que pensa Tombini dessa turma? Bem, T ombini é um bom companheiro, amigo da rapaziada. Mas se pudesse escolher apenas pelo aspecto de identificação, seu sucessor seria o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações de Crédito Rural, Sidnei Cor- rêa Marques. Tombini e ele se entendem que é uma beleza. Ocorre que é tradição, e para alguns uma necessidade, que o presidente do BC tenha uma “pegada” em estudos econômicos, o que não é bem o caso de Sidnei Corrêa, com mestrado em Contabilidade e Auditoria pela Universidade de Brasília. Todas as alternativas parecem ser boas novas, principalmente porque estão capitaneadas pela ascensão de Tombini, uma promessa de que o tobogã da Fazenda tem os meses contados.

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