Tag: Alberto Fernández
Política externa
Imbróglio logístico entre Brasil e Argentina chega ao fim
29/08/2023Uma novela diplomática que o RR vem acompanhando no backstage da diplomacia, detalhe por detalhe, está perto do fim: segundo uma fonte do Itamaraty, a Argentina já comunicou ao governo brasileiro que vai suspender a cobrança de pedágio na hidrovia Paraná-Paraguai. Para todos os efeitos, a decisão dos argentinos vai vigorar por 60 dias, o tempo para que o assunto seja discutido no Comitê Intergovernamental da Hidrovia. No entanto, no Ministério das Relações Exteriores, ninguém leva fé que o governo Alberto Fernández vai retomar o pedágio às embarcações que atravessam o corredor logístico. Sobretudo depois que Lula abriu a porta dos Brics para a Argentina e propôs que, na falta de dólares, o país vizinho possa pagar as exportações brasileiras com Yuan. Estava escrito nas estrelas – e no RR – que o governo Lula tinha crédito de sobra para acabar com o contencioso multilateral.
Destaque
Brasil usa seu crédito com a Argentina para resolver imbróglio fluvial
2/08/2023O governo brasileiro já entrou em campo para desatar um raro nó nas relações diplomáticas com a Argentina. O Palácio do Planalto trabalha para que o governo argentino suspenda a tarifa extra imposta aos navios que circulam no Rio Paraná entre Santa Fé e Confluência, um trecho de aproximadamente 550 quilômetros. Denominada “Via Navegável Troncal”, a taxação consiste na cobrança de US$ 1,47 por tonelada de registro bruto da carga. O “pedágio” fere acordos firmados entre os países do bloco. O assunto subiu para o andar mais alto da República e tem sido objeto de conversas entre o Lula e o presidente Alberto Fernández. O Brasil tem a faca e o queijo na mão para equacionar o imbróglio, dada a notória ascendência de Lula sobre Fernández. Isso para não falar que a Argentina está pires de mão, pleiteando o apoio brasileiro a diversos projetos, a começar pela construção do gasoduto Nestor Kirchner.
A cobrança da tarifa está impondo um custo adicional a empresas de navegação e de logística que operam na Hidrovia Paraguai-Paraná, um dos principais corredores de escoamento de cargas do Cone Sul. Há um pleito de entidades representativas, a exemplo da Associação Brasileira para o Desenvolvimento da Navegação, de que o governo brasileiro interceda no caso. Na última sexta-feira, um episódio aumentou o senso de premência do Itamaraty em resolver a questão. Segundo o RR apurou, a Administração Geral de Portos da Argentina apreendeu o rebocador “HB Grus”, pertencente à Hidrovias do Brasil, que circulava no Rio Paraná. O órgão exigiu o pagamento de US$ 4.232,13 para liberar a embarcação. Consultada pelo RR, a empresa não quis se pronunciar.
No que depender das relações entre Lula e Fernández, os setores e empresas interessados no assunto já podem olhar o futuro com um pouco mais de tranquilidade. É o caso da Arauco. O grupo chileno está investindo mais de R$ 15 bilhões em uma fábrica de celulose em Inocência (MS). No plano logístico do grupo, o Rio Paraná será uma rota fundamental de escoamento. De acordo com informações obtidas junto a fontes do Ministério das Relações Exteriores, além das gestões do presidente Lula junto à Casa Rosada, o chanceler Mauro Vieira vai levar a discussão para o âmbito do Mercosul, na tentativa de acelerar um acordo com a Argentina.
Política externa
Há um palanque em Buenos Aires à espera de Lula
10/07/2023Segundo informação filtrada do Itamaraty, Lula fará uma viagem à Argentina até outubro para se reunir com o presidente Alberto Fernández. A data é simbólica: o petista desembarcará em Buenos Aires às vésperas das eleições presidenciais argentinas. Para todos os efeitos, a agenda oficial vai passar por temas prementes, que estão na pauta bilateral: como a venda de gás e o financiamento à construção do gasoduto de Vaca Muerta. No entanto, pelo timing, será difícil dissociar o Lula presidente da República do Lula cabo eleitoral. Na semana passada, por exemplo, ele teve um encontro com o ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, candidato da situação à Presidência. Do lado de lá da fronteira, a reunião foi interpretada como uma manifestação de apoio velada – ou nem tanto – de Lula a sua candidatura. Nada muito diferente do que Jair Bolsonaro fez em 2019, ao visitar a Argentina durante a campanha eleitoral. Seu candidato, o então presidente Maurício Macri, foi derrotado.
Política externa
Brasil e Argentina avançam em negociações na área de energia
28/06/2023Na esteira do recente encontro entre Lula e Alberto Fernández, na última segunda-feira, a secretária de Energia da Argentina, Flavia Royón, deverá desembarcar em Brasília nos próximos dias. Na agenda, duas missões: negociar com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, um acordo para a compra de gás do Brasil e discutir o possível empréstimo do BNDES à construção do gasoduto Nestor Kirchner.
Mercado
Alckmin tenta destravar dívida da Argentina com transportadoras brasileiras
16/06/2023O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento e da Indústria, Geraldo Alckmin, tem feito gestões junto a autoridades argentinas na tentativa de equacionar um impasse na área de comércio exterior. Uma série de exigências impostas pelo governo de Alberto Fernández tem provocado seguidos atrasos no pagamento de frete a companhias brasileiras de logística que transportam carga para o país vizinho. A bola de neve acumulada entre abril e junho soma aproximadamente US$ 150 milhões. E vai aumentar. Segundo o RR apurou junto a uma das maiores empresas do setor, outros US$ 40 milhões em faturas emitidas vencem até o próximo dia 20 e, por ora, não há qualquer sinal de que serão quitadas.
Geraldo Alckmin e seus assessores têm feito gestões junto ao ministro das Relações Exteriores e Comércio Internacional da Argentina, Santiago Andrés Cafiero. O assunto, segundo o RR apurou, já foi levado também ao embaixador argentino em Brasília, Daniel Scioli. Historicamente, a remuneração pelo transporte de carga para a Argentina sempre se deu no ato da entrega. Agora, no entanto, os importadores locais têm demorado até 90 dias para quitar o débito. E jogam a culpa para cima do governo. A última novidade veio do Banco Central da Argentina, que passou a exigir das transportadoras uma licença prévia – na prática, um calhamaço de documentos emitidos tanto por autarquias federais quanto provinciais.
Política externa
Casa da Moeda vai rodar mais dinheiro para a Argentina
12/06/2023Se há uma empresa brasileira que, literalmente, deve fazer ainda mais dinheiro com as boas relações entre Lula e Alberto Fernández é a Casa da Moeda. Há negociações para que a estatal brasileira fabrique uma nova remessa de pesos argentinos ainda neste ano. Por ora, as tratativas estão trancadas a sete chaves na empresa. Mas, segundo informações filtradas pelo RR, seria um contrato ainda maior do que o executado no ano passado, quando a Casa da Moeda produziu mais de 600 milhões de cédulas de pesos. A empresa brasileira deverá avançar atendendo uma parcela da demanda do Banco Central da Argentina que, nos últimos dois anos, foi suprida por encomendas a outros países, notadamente a China. Consultada pelo RR sobre o novo pedido, a Casa da Moeda disse que as “informações solicitadas sobre o contrato com a Casa da Moeda da Argentina são sigilosas”.
Política externa
Argentina busca apoio do governo Lula para compras gás
2/06/2023O presidente da Argentina, Alberto Fernández, aproveitou sua passagem por Brasília para negociar com o governo Lula um acordo para a compra de gás. A operação envolveria a transferência de aproximadamente 10 milhões de metros cúbicos por dia, em um acordo pelo menos até o fim do ano. Na prática, o Brasil atuaria quase como um trader, um intermediário na venda do gás boliviano. O país andino estaria atrasando a entrega de insumo já contratado pela Argentina, algo não muito diferente do que a estatal boliviana YPFB fez com a Petrobras entre 2019 e 2020.
Política externa
Brasil e Argentina navegam em direções opostas sem perder a ternura jamais
18/05/2023Uma raríssima ocasião em que os governos de Lula e Alberto Fernández estarão em lados opostos. Segundo fonte do Itamaraty, o Brasil fechou questão e vai se alinhar a Bolívia, Paraguai e Uruguai contra a cobrança de pedágio imposta por autoridades argentinas na Hidrovia Paraguai-Paraná, no trecho entre o Porto de Santa Fé e a confluência do Rio Paraguai. A posição brasileira será levada, nos próximos dias, à Comissão Intergovernamental da Hidrovia, que reúne os cinco países. Conforme o RR já informou, do lado brasileiro há pressões do agronegócio e do setor de mineração, leia-se a Vale, para que o governo Lula interceda pela derrubada do pedágio de US$ 1,47 por tonelada.
Finanças
Política de boa vizinhança com a Argentina chega ao BB
16/05/2023O Banco do Brasil não apenas suspendeu o processo de venda da sua participação de 80% no Banco Patagônia como pretende fortalecer sua participação na instituição financeira argentina. Um dos projetos é transformar o Patagônia em ponta de lança para o financiamento de empresas brasileiras que atuam no país vizinho. Outra ideia é que o banco preste serviços a outras províncias argentinas. O Patagônia é o agente financeiro de Río Negro, administrando as contas e a folha de pagamentos de funcionários públicos da região. Em boa parte, a guinada estratégica do BB em relação à instituição financeira deve ser creditada na conta das siderúrgicas relações entre Lula e o presidente da Argentina, Alberto Fernández.
Destaque
China vira fator de risco para a venda de blindados Guarani à Argentina
20/04/2023Há várias peças se movimentando de forma cruzada no tabuleiro da geopolítica global. A China que se aproxima do governo Lula é a mesma que pode deslocar interesses brasileiros na área de defesa. O Ministério das Relações Exteriores monitora, com alguma dose de preocupação, as tratativas entre Pequim e o governo argentino em torno de um acordo comercial para a negociação de equipamentos militares. Segundo uma fonte da própria Pasta, o Itamaraty tem informações de que os chineses estariam tentando atravessar a venda de 156 blindados Guarani, produzidos pela Iveco em Sete Lagoas (MG), para o Exército argentino. Trata-se, a um só tempo, de um negócio estratégico tanto para a indústria de defesa brasileira quanto para a política externa do governo Lula. Melhor dizendo: para o próprio Lula. Em janeiro, durante sua visita a Buenos Aires, o presidente tratou diretamente do assunto com Alberto Fernández. Na ocasião, ambos assinaram um acordo para destravar a venda dos blindados da Iveco, um negócio que se arrasta há mais de quatro anos. O que está em jogo é um contrato que pode chegar a R$ 1,8 bilhão.
Além da relação entre Lula e Alberto Fernández, é importante dizer que o Brasil e a Iveco têm alguns handicaps em uma eventual disputa com a China: o motor e alguns dos componentes mecânicos já são fabricados em uma unidade da companhia na Argentina, o que ajudaria a reduzir o custo de produção dos veículos militares. Some-se ainda o fato de que o embaixador argentino em Brasília, Daniel Scioli, é um incentivador do acordo. Em contrapartida, o risco é o governo de Pequim jogar o fornecimento de blindados dentro de um pacote maior de cooperação, que envolveria a venda de outros equipamentos bélicos, além da transferência de tecnologias. Nesse caso, o Brasil teria menor poder de barganha à mesa de negociações.
Fatos recentes aumentaram o estado de alerta do governo brasileiro em relação ao assunto. Na semana passada, uma delegação da Administração Estatal de Ciência, Tecnologia e Indústria de Defesa Nacional da China (SASTIND), chefiada pelo vice-ministro Zhan Bin Xu, esteve em Buenos Aires. Entre outras autoridades, a comitiva se reuniu com o ministro da Defesa da Argentina, Jorge Taiana. Desde janeiro, quando Lula e Alberto Fernández apertaram as mãos em Buenos Aires, algumas nuvens mudaram de lugar. Como se não bastasse a aproximação entre chineses e argentinos, há ainda um fator de risco que vem do atual jogo de tensões na geopolítica global, agravado pelos conflitos entre Rússia e Ucrânia. Em fevereiro, o Federal Office for Economic Affairs and Export Control, escritório governamental que controla as exportações da Alemanha, embargou a venda de 28 blindados Guarani para as Filipinas. Os veículos possuem sistemas e peças de origem alemã, sujeitas ao controle de exportação da agência. No Itamaraty, o veto da Alemanha foi interpretado como uma retaliação a negativa do governo brasileiro – tanto na gestão de Jair Bolsonaro quanto de Lula – de fornecer equipamentos militares à Ucrânia.
Internacional
Lula e Fernández constroem uma ponte para a União Europeia
11/04/2023Lula deverá se reunir com o presidente da Argentina, Alberto Fernández, até o início de maio. Entre outras pautas, segundo o RR apurou, vão discutir os próximos passos para a finalização do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul. No momento, o governo argentino ocupa o comando pro tempore do bloco econômico. O tratado, assinado em junho de 2019, ainda precisa ser ratificado pelos quatro membros do Mercosul e pelos 27 países da UE. Lula e Fernández tentarão aparar arestas relacionadas ao setor agrícola e ao meio ambiente, o maior entrave para que o acordo seja sacramentado. Os dois presidentes têm certa pressa. A ideia é levar uma nova proposta aos europeus até meados de junho, quando será realizada a Cúpula UE-Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, em Bruxelas.
Internacional
Peso argentino made in Casa da Moeda?
15/03/2023Entre outros negócios, a sintonia entre Lula e o presidente Alberto Fernández pode acabar gerando um “troco” para a Casa da Moeda. Segundo o RR apurou, há gestões entre os dois países para que a estatal brasileira participe da concorrência para a produção de novas cédulas do peso argentino. O país vizinho vai imprimir mais dinheiro na esteira do lançamento da nota de dois mil pesos.
Internacional
Rio Paraguai vira uma rara rusga entre Brasil e Argentina
7/02/2023Um pequeno ruído na sintônica relação entre os governos Lula e Alberto Fernández: o Brasil enviou a autoridades argentinas um pedido formal de explicações sobre a nova taxa que passou a ser cobrada de embarcações no trecho do Rio Paraguai entre as cidades de Santa Fé e Influência. Sem mais nem menos, a Argentina passou a morder US$ 1,47 por tonelada transportada. Não há procedimento semelhante em nenhum dos outros três países cortados pelo rio – Brasil, Paraguai e Bolívia. Estes dois últimos também já cobraram explicações, segundo o RR apurou junto a fonte do Itamaraty. Até o momento, o governo argentino não deu qualquer explicação e muito menos suspendeu a cobrança da taxa. Empresas de navegação já pressionam o governo brasileiro a levar o caso a uma corte de arbitragem se o impasse persistir. A hidrovia do Rio Paraguai tem sido uma importante rota de escoamento para exportações brasileiras, notadamente de minério de ferro e soja.
Política
Brasil e Argentina a pleno vapor
3/11/2022Para a Argentina, é como se Lula já tivesse assumido a Presidência. Na esteira do encontro entre Alberto Fernández e o petista, na última segunda-feira, o embaixador argentino no Brasil, Daniel Scioli, agendou para a próxima semana uma reunião com assessores de Lula na área de política externa. Um dos temas ser discutido é a simplificação de regras aduaneiras para exportadores e importadores frequentes. A Argentina chegou a levar o pleito ao governo Bolsonaro. Mas desse chão nada brotou.
Entrevero diplomático
20/10/2022Às vésperas da eleição, surge um novo entrevero no âmbito do Mercosul. Segundo informações filtradas do Itamaraty, o Comitê Intergovernamental da Hidrovia Paraguai-Paraná fará uma reunião em caráter de urgência nos próximos dias. O pedido partiu do Paraguai, um dos cinco países membros do órgão, ao lado do Brasil, Uruguai, Bolívia e Argentina. O motivo é a decisão do governo de Alberto Fernandez de cobrar pedágio de barcos paraguaios com carga, em um trecho da hidrovia que corta a Argentina. Há relatos de que a Argentina poderá estender a cobrança a embarcações provenientes do Brasil. De acordo com a mesma fonte, o governo brasileiro deverá apoiar o
Paraguai, colocando-se contra a Argentina, o que, se tratando da gestão Bolsonaro, não chega ser um sacrifício, independentemente do mérito da questão.
Campo minado
19/08/2022A família Vicentin, um dos grandes nomes do agronegócio na Argentina, está garimpando lavouras de soja do lado de cá da fronteira, notadamente no Centro-Oeste. O clã tem sofrido poucas e boas com o presidente Alberto Fernández. Há dois anos, o governo argentino chegou a expropriar fábricas de esmagamento de soja pertencentes aos Vicentin por supostas operações irregulares com o Banco de la Nación.
Idas e vindas na diplomacia
10/08/2022Reviravolta na diplomacia entre Brasil e Argentina. Na semana passada, o governo do presidente Alberto Fernández oficializou ao Itamaraty que Daniel Scioli vai reassumir a Embaixada da Argentina em Brasília apenas dois meses após deixar o posto para assumir o agora extinto Ministério do Desenvolvimento Produtivo. Segundo a mesma fonte, a princípio, a volta de Scioli ao cargo é temporária, até dezembro. O governo argentino vai avaliar o perfil do próximo embaixador de acordo com o resultado da eleição presidencial brasileira.
…
Há questões sensíveis nas relações entre Brasil e Argentina que passam pelo pleito de outubro. Um exemplo: no Itamaraty há informações de que o presidente Alberto Fernández espera pelas eleições brasileiras para propor a reintegração da Venezuela ao Mercosul. Uma eventual vitória de Lula abriria caminho para o waiver aos venezuelanos. Entre os integrantes do bloco econômico, o governo Bolsonaro é a maior barreira nesse sentido. A Venezuela está suspensa do Mercosul desde 2017, por “ruptura da ordem democrática”. De certa forma, Alberto Fernández “legisla” em causa própria ao afagar o governo de Nicolás Maduro. Em grave crise econômica, a Argentina precisa comprar petróleo e gás dos venezuelanos em condições mais vantajosas.
Diplomacia indexada às eleições
18/07/2022Sinais trocados entre o Itamaraty e a diplomacia argentina revelam que o governo Alberto Fernández estuda indicar o novo embaixador em Brasília somente depois das eleições brasileiras. O substituto de Daniel Scioli, que deixou o cargo no início de junho, seria definido a partir do perfil do próximo presidente, ou Jair Bolsonaro ou Lula. A vitória do petista abriria caminho para uma indicação de matiz mais ideológico e menos pragmático.
Embaixador do business
9/06/2022Segundo informações que circulam no Itamaraty, o governo Alberto Fernández quer indicar um empresário para o posto de embaixador da Argentina em Brasília. O atual titular, Daniel Scioli, está deixando o cargo para assumir o Ministério do Desenvolvimento Produtivo da Argentina.
Menos gás para as térmicas brasileiras
6/10/2021Em meio à crise hídrica, um fator a mais de pressão para o governo. Grandes grupos da área de geração têm encontrado dificuldade para fechar novos contratos de importação de gás da Argentina. A redução da oferta se deve ao acordo fechado pelo governo de Alberto Fernández com o Chile, que prevê o fornecimento de seis milhões de metros cúbicos do insumo por dia até abril de 2022.
Uma política anti-Argentina?
26/01/2021Mais uma rusga diplomática entre Brasil e Argentina: o governo de Alberto Fernández fez chegar ao Itamaraty seu descontentamento com o decreto assinado por Jair Bolsonaro, fixando em 750 mil toneladas anuais o volume de trigo que o Brasil poderá importar de qualquer país de fora do Mercosul com isenção tributária. Os argentinos, que exportam cerca de cinco milhões de toneladas para o mercado brasileiro por ano, são potencialmente os principais prejudicados pela medida. Eles temem perder espaço para países como Estados Unidos e Canadá. E daí?
Risco Argentina
9/11/2020A equipe econômica monitora, com preocupação, as tratativas entre o governo do presidente Alberto Fernández e as montadoras instaladas na Argentina para o lançamento do Vision 2030. Trata-se de um agressivo programa de benefícios para o setor automotivo, com a meta de atrair mais de US$ 20 bilhões em investimentos. O receio no Ministério da Economia é que montadoras comecem a transferir projetos do Brasil para a Argentina.
O Itamaraty a serviço de Bolsonaro
11/08/2020A “diplomacia de esporas” entre Brasil e Argentina – ou melhor, entre Jair Bolsonaro e Alberto Fernández – terá uma nova espetada. Segundo informação que circula no Itamaraty, o próprio chanceler Ernesto Araújo deverá enviar uma nota de repúdio ao ministro da Saúde da Província de Buenos Aires, Daniel Gollán – o que, na liturgia diplomática, se configura em um manifesto mais grave e, por isso mesmo, raro. A determinação teria partido do Palácio do Planalto. Na semana passada, Gollán declarou que, se a “doutrina Bolsonaro” tivesse sido adotada em Buenos Aires, apenas a cidade teria mais de 30 mil mortes – a Argentina toda soma menos de cinco mil vítimas fatais.
“Hidrovia do Mercosul” começa a sair do papel
20/07/2020Em meio à guerra fria entre Jair Bolsonaro e o presidente argentino, Alberto Fernández, um projeto logístico de razoável envergadura começa a ganhar corpo no Mercosul. Trata-se da construção de uma hidrovia tripartite, interligando Brasil, Argentina e Uruguai, acusto de US$ 600 milhões. Segundo o RR apurou, as primeiras reuniões virtuais para tratar do projeto deverão ser realizadas ainda neste mês, por iniciativa do presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou. Do lado brasileiro, os estudos ficarão a cargo do Ministério da Infraestrutura. A Pasta vislumbra a hipótese de grupos do agronegócio participarem do projeto. O empreendimento, de 500 km, percorreria parte do Rio Uruguai, passando pelas cidades de Salto (Uruguai) e Concórdia (Argentina) até chegar ao Porto de Rio Grande, por meio de afluentes. A hidrovia ajudaria a desobstruir a saturada malha rodoviária na região, abrindo uma importante alternativa para o fluxo de exportações e importações entre os três países. Projeções preliminares indicam uma redução expressiva dos
custos logísticos especialmente para o transporte de soja, trigo, cevada, fertilizantes e tabaco.
Diplomacia de papel
1/07/2020Depois de meses de suspense, o Itamaraty finalmente concedeu o agrément ao embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli. Seu desembarque em Brasília é esperado para a próxima semana. Scioli assumirá tendo como pano de fundo o clima de guerra fria entre os presidentes Jair Bolsonaro e Alberto Fernández, agravado pela pandemia. O governo argentino deve estender o prazo de fechamento das fronteiras com o Brasil devido ao grande número de casos de coronavírus por aqui.
Acervo RR
Eterno amanhã
6/03/2020O Itamaraty e o Ministério das Relações Exteriores da Argentina já descartaram três datas-tentativa, todas em março, para o encontro entre os presidentes Jair Bolsonaro e Alberto Fernández. É a enorme vontade de um de se reunir com o outro…
Eterno amanhã
6/03/2020O Itamaraty e o Ministério das Relações Exteriores da Argentina já descartaram três datas-tentativa, todas em março, para o encontro entre os presidentes Jair Bolsonaro e Alberto Fernández. É a enorme vontade de um de se reunir com o outro…
Diplomacia da distância
13/11/2019A diplomacia do Brasil e da Argentina bem que tentou costurar um armistício. Segundo uma fonte do Itamaraty, na semana do dia 28 de outubro, logo após a eleição de Alberto Fernández, assessores do futuro presidente argentino na área de relações exteriores abriram diálogo com a embaixada brasileira em Buenos Aires. Os dois lados sondaram o terreno para uma visita de Fernández ao presidente Jair Bolsonaro. As conversas, no entanto, não passaram do primeiro degrau. Poucos dias depois, mais precisamente em 1º de novembro, Jair Bolsonaro confirmou que não iria à posse de Fernández