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Os credores do Grupo Itapemirim – mais de mil trabalhadores e centenas de fornecedores e bancos – estão perdidos à beira da estrada. O contencioso entre os antigos e os novos acionistas da companhia tem atrasado o processo de recuperação judicial e aumentado as incertezas em relação ao futuro do grupo, que soma um passivo de R$ 1,3 bilhão. De acordo com uma fonte ligada a um dos bancos credores, a previsão de que a empresa começasse a pagar suas dívidas no primeiro trimestre de 2018 é tratada como algo bastante improvável.
Segundo o RR apurou, apenas no último dia 14 de junho, foi publicado o edital oficializando o encaminhamento do plano aos credores. Isso quase um ano após a sua apresentação aos bancos, funcionários e fornecedores. A mesma fonte informou que ainda não há previsão para a data da assembleia geral que aprovará ou não o plano. Pelo rito das recuperações judiciais, as assembleias costumam ser marcadas logo após a divulgação da lista de credores, o que já ocorreu há mais de três meses.
Os credores jogam a responsabilidade pela morosidade do processo sobre os ombros dos atuais e, sobretudo, do ex-controladores da Itapemirim. Neste momento, qualquer decisão no âmbito da recuperação judicial se torna uma incógnita do ponto de vista legal devido às ações do empresário Camilo Cola, fundador da Itapemirim, para suspender a venda da companhia, fechada em fevereiro. Segundo o RR apurou, há cerca de duas semanas, a 13a Vara Civil Especializada Empresarial de Vitória (ES), responsável pela recuperação judicial, indeferiu recurso impetrado por Cola e seus herdeiros na tentativa de cancelar a transferência do controle aos empresários paulistas Sidnei Piva de Jesus e Camila de Souza Valdívia.
Cola tentou também um mandado judicial, igualmente negado. O RR fez seguidas tentativas de contato com a família Cola e os atuais acionistas da Itapemirim, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. A novela está longe do epílogo. De acordo com a fonte do RR, o fundador da Itapemirim e seus familiares deverão entrar com novo recurso. Eles alegam que Piva de Jesus e Camila Valdívia teriam se aproveitado de documentos com assinaturas falsas para ficar com todos os ativos do grupo, quando a operação original envolveria apenas a transferência das linhas operadas diretamente pela companhia. Enquanto os atuais e os ex-acionistas batem seus para-choques na Justiça, a Itapemirim perde combustível. Apesar de ainda ser uma das principais companhias de ônibus interestaduais do país, não é nem sombra do conglomerado que, no auge, chegou a ter mais de 30 empresas e cerca de 20 mil funcionários.
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