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O RR teve a informação de que o governo Bolsonaro retomou as discussões para modificar as regras de negociação dos direitos de transmissão esportiva no país. O ponto central da proposta é a permissão para o mandante vender suas partidas sem a necessidade de concordância do outro clube. Pela legislação atual, um jogo só pode ser exibido caso a emissora de TV ou plataforma de streaming tenha contrato com as duas agremiações. No ano passado, o Palácio do Planalto chegou a editar uma Medida Provisória sobre o assunto, que caducou sem ser votada na Câmara. Desta vez, a ideia é apresentar um projeto de lei, com o respaldo da base aliada. O ministro das Comunicações, Fabio Faria, já estaria escalado para fazer o meio de campo com a Câmara. A recriação do Ministério do Esporte seria, desde já, uma das contrapartidas ofertadas para garantir o apoio do Centrão ao projeto. O que está em jogo é um mercado que movimentou cerca de R$ 1,5 bilhão no ano passado, contabilizando-se a receita com TV dos 20 clubes de maior faturamento do Brasil. A mudança promete dar uma chacoalhada no setor, abrindo espaço para novos competidores – de emissoras de televisão a plataformas de streaming. Isso no momento em que o número de players aumenta. Um dos casos mais notórios é o SBT. Segundo o RR apurou, após fechar com a Libertadores e a Copa América, a emissora tem planos de entrar na disputa pelo Campeonato Carioca e por torneios estaduais do Nordeste a partir do ano que vem.
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Talvez haja mais do que coincidência no timing do projeto de lei. As discussões no governo ganham corpo justo no momento em que os grandes clubes negociam a criação de uma liga independente, desvinculada da CBF. Um dos principais artífices da “rebelião” é o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim – tido como o idealizador da chamada “MP do Mandante”, no ano passado. Dois experimentados cartolas do futebol ouvidos pelo RR enxergam uma possível armadilha do Flamengo. Na prática, o rubro-negro estaria criando as condições para se desvencilhar não só da CBF, mas também dos demais clubes, passando a negociar isoladamente contratos de TV. Tudo com respaldo da nova lei – e do governo. Nem o ex-técnico do Flamengo Jorge Jesus armaria uma tática tão perfeita.
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