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Goldfajn dá de ombros à dominância da meta

  • 15/06/2016
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 Se o presidente do BC, Ilan Goldfajn, inverter o sinal e topar uma meta ajustada da inflação, estará andando meio que de costas para os defensores do estado de dominância fiscal que assola a economia. E olha que é gente íntima, da sua turma. Reza o credo da dominância que a partir de certo ponto é o desajuste fiscal, com seu impacto sobre a perspectiva de solvência, quem rege as expectativas. Nessa fase, elevar as taxas de juros acaba tendo um efeito contrário do ponto de vista da política monetária, colocando mais lenha na fogueira da expectativa inflacionária. Recomenda a bula que, nesse cenário, a meta deve ser mantida ou reduzida e não ajustada para cima ou tendo o seu horizonte de tempo ampliado. O ajuste fiscal severo seria o condutor das expectativas. Os juros, inclusive, poderiam ter uma queda mais acentuada.  Ilan Goldfajn parece achar o contrário: afrouxar a meta a tornaria crível e, assim, o BC poderia aliviar nos juros, mesmo que o aperto fiscal não seja essa Coca-Cola toda. O que torna a medida mais discutível, a despeito das considerações macroeconômicas, é o dilema de Tostines criado a partir da sua aplicação: a meta não é crível porque o presidente do BC não é crível ou ela não é crível em qualquer hipótese e o presidente do BC é crível porque vai mudá-la? Se a meta é inatingível, o ex-presidente do BC Alexandre Tombini vai para o index prohibitorum das autoridades monetárias. Ilan e Armínio Fraga têm uma antiga parceria idílica com a proposta de ajuste da meta. Mas a Casa das Garças está dividida.

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