Gerdau derrete mais uma usina no exterior

  • 31/03/2017
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Se a Era Jorge Gerdau se notabilizou pela internacionalização do grupo, a gestão de André Gerdau Johannpeter poderá ficar marcada pelo desmonte de boa parte da operação da siderúrgica no exterior. A Gerdau colocou à venda sua usina de aços especiais na Índia. A negociação gira entre US$ 170 milhões e US$ 200 milhões.

A planta localizada na cidade de Tadipatri, com capacidade instalada de 320 mil toneladas/ano, se junta a uma já extensa lista de ativos desmobilizados desde 2015. Em menos de dois anos, a Gerdau se desfez das espanholas Sidenor e Forjanor, além de cinco usinas nos Estados Unidos. Até o momento, o grupo já amealhou cerca de US$ 600 milhões – um terço com a venda da Sidenor.

O plano de desmobilização de ativos da Gerdau representa, em certa medida, o desmanche do processo de ocupação geoeconômica conduzido por Jorge Gerdau, notadamente na virada da década de 90 para os anos 2000. Primeiro, a saída da Europa. Agora, a venda da única planta na Ásia. Com isso, toda a operação internacional do grupo ficará restrita às Américas.

E, ainda assim, a cartografia da Gerdau no continente não deverá permanecer a mesma por muito tempo. Além da já anunciada venda de 50% da colombiana Diaco, a siderúrgica pretende negociar outros sites na América Latina. Ao todo, a Gerdau está presente em 10 países da região. A meta da companhia é arrecadar entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão com a negociação de ativos ao longo dos próximos 18 meses.

André Gerdau, a personificação da terceira geração do clã no comando do grupo, é um homem premido pelas circunstâncias. A Gerdau tem se desfeito de ativos diante da necessidade de reduzir seu endividamento. A empresa terminou 2016 com uma dívida líquida em torno de R$ 14,5 bilhões. O objetivo é abater pouco mais de R$ 4,5 bilhões, trazendo essa incômoda cifra para um dígito e reduzindo a relação passivo/ebitda a algo próximo de três para um. Ao longo de 2016, a Gerdau conseguiu diminuir essa proporção de 4,2 para 3,5 vezes.

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