Rio de Janeiro é o mais frágil dos pilares da PDG

  • 4/10/2013
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Pouco mais de um ano após uma drástica e, ao que parece, inócua reestruturação – ver RR edição nº 4.451 -, a operação da PDG no Rio de Janeiro está novamente em obras. Desta vez, a julgar pela primeira vítima sob os escombros, o bota-abaixo promete ser ainda mais rigoroso. Marcos Saceanu deixou o comando da filial carioca há cerca de dois meses. Em seu lugar, assumiu o executivo Claudio Hermolin, que havia sido contratado pela PDG no início deste ano. “Em seu lugar”, na verdade, é mera força de expressão. Hermolin chegou ao cargo com poderes ainda mais restritos do que os de seu antecessor. Assim tem sido desde o ano passado, quando o alto-comando da PDG decretou uma espécie de intervenção no escritório do Rio de Janeiro. Hoje, na filial, não se muda a cor da pastilha de um prédio sem a anuência do vice-presidente de Operações Imobiliárias, Antônio Guedes, radicado em São Paulo. Não por acaso, o próprio Guedes teria sido o principal articulador do desmoronamento de Marcos Saceanu. Ex-diretor regional da Even Construtora, Claudio Hermolin é um dos nomes mais tarimbados do mercado imobiliário no Rio de Janeiro. Esteve a  frente de alguns grandes empreendimentos lançados na cidade nos últimos anos. Por ora, no entanto, sua maior missão não é empilhar tijolos, mas, sim, desconstruir a operação da PDG na cidade. Caberá ao executivo adotar medidas extremamente duras, como a suspensão de projetos, a revisão de custos de todas as grandes obras em andamento na cidade e o enxugamento do banco de terrenos da companhia. Este é um dos maiores problemas da empresa. Nos últimos anos, especialmente entre 2009 e 2011, a PDG teria exagerado na formação do estoque. Como diziam os antigos, os olhos comeram mais do que a boca. No afã de tirar o doce da concorrência, a companhia saiu comprando terrenos em várias partes da cidade. Muitas destas áreas acabaram se revelando economicamente inviáveis. Ao mesmo tempo, a PDG segue sofrendo com atrasos de obras e estouros de orçamento. Em algumas das grandes obras da empresa, os custos seriam até 30% superiores ao valor projetado inicialmente. Com os imóveis já vendidos, só há duas saídas: empurrar a conta para outro empreendimento ou engolir o prejuízo. Para irritação dos acionistas da PDG, a segunda hipótese tem sido a mais comum.

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