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A Arantes Alimentos, tradicional frigorífico do interior paulista, corre contra o relógio. O controlador da empresa, Aderbal Arantes, estaria fazendo uma peregrinação em busca de um parceiro estratégico ou, ao menos, de algum grupo disposto a arrendar instalações industriais. Um dos candidatos seria o Minerva. A areia está se esgotando na ampulheta da companhia, em recuperação judicial há mais de quatro anos. Segundo fontes próximas a Arantes, a Justiça estaria pressionando o frigorífico para que ele apresente até o fim deste mês um plano para o pagamento de parte expressiva de suas dívidas trabalhistas ainda a descoberto. Caso contrário, teria sinalizado a possibilidade de decretar a falência da companhia. Procurada pelo RR, a Arantes informou já ter feito “dois mil pagamentos aos credores trabalhistas em valor próximo de R$ 10 milhões.” Declarou ainda que pretende vender ativos não-operacionais para quitar cerca de R$ 800 mil referentes a uma nova relação de créditos trabalhistas apresentada pelo administrador judicial. A Arantes garantiu ainda que não “está buscando arrendamentos para fins de pagamento de credores trabalhistas”. O Arantes carrega uma dívida de quase R$ 1,5 bilhão, um caldeirão fervente onde se misturam desde antigos financiamentos para as aquisições feitas pelo frigorífico na década passada até perdas com derivativos cambiais. Nos últimos anos, a receita caiu significativamente com as dificuldades de caixa e a consequente redução da produção. Além dos problemas financeiros, a empresa convive ainda com uma fratura societária. Destituído da gestão da companhia há três anos, o empresário Danilo Arantes, irmão de Aderbal, briga na Justiça para recuperar seu assento na diretoria. Curiosamente, na mesma época, Aderbal também foi afastado pelos administradores judiciais. Mas acabou reconduzido ao posto, algo que, inexplicavelmente, não aconteceu com o irmão. Consta que o próprio Aderbal não faria muito esforço pelo retorno de Danilo. Mas aí já deve ser maldade de algum credor.
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