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Cerpa deixa a porta entreaberta para a chegada de um sócio

  • 16/01/2013
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A trajetória empresarial de Konrad Karl Seibel está diante de uma bifurcação. Mesmo seus colaboradores mais próximos entendem que o dono da Cerpa só tem dois caminhos neste momento: ou revê a histórica resistência a  presença de um sócio ao seu lado ou permanecerá fadado a ter um latifúndio cervejeiro na Região Norte e não mais do que um cubículo de market share no restante do país. Aos poucos, Seibel parece pender para a primeira hipótese. De acordo com fontes ligadas a  Cerpa, o empresário alemão começa a abrir uma pequena fresta para a entrada de um novo acionista na fabricante de bebidas. Recentemente, manteve contatos com o Banco Pátria, parceiro do Blackstone, uma das maiores gestoras de recursos do mundo. O private equity Advent também teria rondado a empresa paraense. Em tempo: a palavra de Seibel é fundamental, mas não isoladamente determinante. Qualquer mudança societária na Cerpa depende antes de um acordo caseiro. O empresário divide o controle da companhia com a mulher, Helga Irmengard Jutta Seibel. Procurada, a Cerpa negou a venda de uma parte do capital. Não é de hoje que Seibel elegeu como prioridade expandir a produção da Cerpa para fora das fronteiras paraenses. Até porque o aumento da escala é fundamental para a companhia descolar de suas garrafas o rótulo de que é uma presa fácil do setor e, mais dia, menos dia, será engolida por concorrentes de maior teor financeiro. O custo da autonomia e do maior poder de competitividade é alto: aproximadamente R$ 400 milhões. Este é o valor estimado dos projetos que estão na prancheta da Cerpa. O montante, ressaltese, não inclui a fábrica já em construção no Rio de Janeiro, uma proxy do processo de nacionalização da empresa. Os planos da companhia incluem a instalação de uma planta industrial na Região Nordeste até 2014. Para o ano seguinte, seria a vez da Região Sul. Com esta estrutura, mesmo que numa escala de produção bem inferior aos principais players deste setor, a Cerpa conseguiria ao menos descentralizar a sua distribuição – hoje o abastecimento de qualquer região do país depende do parque fabril do Pará. Com os recursos do novo sócio, a empresa poderá ainda aumentar a aposta no segmento premium, no qual atua por meio das marcas Cerpa Export e Tijuca.

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