Tecnisa é mais uma construtora na página de classificados

  • 17/08/2010
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A Tecnisa está a  venda. A fonte do RR – Negócios & Finanças ouviu do próprio Meyer Joseph Nigri, principal acionista e presidente da construtora, que a operação deverá ser fechada em até dois meses. Há dois candidatos postados no canteiro da empresa: a Cyrela e a PDG Realty, que estão em conversações com Nigri há cerca de três meses. Tomando-se como base a cotação em Bolsa, a construtora está avaliada em aproximadamente R$ 1,5 bilhão. Em tempo: o mercado já farejou as mudanças na Tecnisa. Em pouco mais de 40 dias, o valor da ação subiu mais de 70%. Procurada pelo RR – Negócios & Finanças, a Tecnisa negou a venda do controle. No entanto, segundo a mesma fonte, desde o fim do ano passado, quando reassumiu a presidência da empresa, Meyer Joseph Nigri, ensaia a operação. O momento parece ser propício para o ato final. A retomada do processo de consolidação do setor apreciou o valor dos ativos e acirrou disputas. Que o digam Cyrela e PDG Realty. Para ambas, a compra da Tecnisa significa a liderança do mercado nacional. Com a aquisição, a PDG, que recentemente incorporou a Agre, sobe mais um andar e alcança o topo do setor. Seu faturamento somado ao da Tecnisa chega a  casa dos R$ 5 bilhões. No ano passado, as vendas da Cyrela, hoje a maior incorporadora do país, ficaram em R$ 4,3 bilhões. A Tecnisa enfrenta um problema de fuso. Enquanto o setor chegou a 2010, a empresa permanece em 2008, no máximo início de 2009. A julgar pelos seus indicadores, parece que só agora está saindo da crise mundial. Apesar da alta de 34% na receita e de 56% no lucro no primeiro semestre, as vendas contratadas caíram quase 30% no mesmo período. Este número ainda é um reflexo de projetos cancelados entre 2008 e 2009. No fim do ano passado, a construtora chegou a suspender o anúncio regular de projeções de faturamento, muito em razão do cancelamento de empreendimentos imobiliários, o que provocou distorções em seus cálculos. A Tecnisa sofre também com o crescimento da dívida. Desde o fim de 2007, o passivo de longo prazo saiu de R$ 147 milhões para mais de R$ 700 milhões, ou seja, um salto superior a 350%. No mesmo intervalo, o patrimônio líquido foi de R$ 760 milhões para aproximadamente R$ 960 milhões, aumento de 26%.

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